Love, Death & Robots é uma antologia original da Netflix composta por 17 animações e uma live-action lançada esse ano. Sob a produção de Tim Miller (diretor de “Deadpool”) e David Fincher (cineastra responsável por “O Clube da Luta”) está no hall das melhores séries produzidas pela plataforma.
E não é para menos. Com uma narrativa rica que inclui distopia, ficção científica, cultura cyberpunk, horror, violência, sexualidade, humor, mitologia e fantasia com fundo principal para críticas sociais e ambientais, essa série adulta choca e encanta a quem assiste.
Parte das animações foram adaptadas de contos escritos por diversos autores contemporâneos ou não (ao todo, foram 16 adaptações e duas originais), contudo a temática ácida é observada em todos os episódios, que podem ser vistos aleatoriamente e que não ultrapassam 20 minutos de duração.
Se você é daqueles que gostam de ver uma animação bem feita aliada a um roteiro rico (e é maior de idade), “Love, Death & Robots” é pra você. Como degustação, vou falar sucintamente de alguns episódios que dão um ótimo parâmetro para a série.
“Três Robôs”, “Quando o Iogurte Assumiu o Controle” e “Histórias Alternativas” são os episódios mais “leves” da série e são uma adaptação dos contos do escritor John Scalzi.
No primeiro, temos três robôs que fazem um tipo de excursão por uma cidade pós-apocalíptica, onde a humanidade fora extinta e apenas os gatos sobreviveram. Nele há críticas bem contundentes quanto às razões que nos levaram à destruição e reflexões acerca do uso dos recursos naturais.
Já o segundo, trata de um futuro que, devido à manipulação genética incorreta e à incompetência de líderes mundiais (olha outra crítica aí), um iogurte assume o controle mundial.
Por fim, em “História Alternativas” somos apresentados a seis futuros alternativos caso Hitler (o ditador nazista) morresse em linhas temporais divergentes e com mortes diferentes.
“A Era do Gelo” é a única live-action e não deixa a desejar. Protagonizada pelos atores Mary Elizabeth Winstead e Topher Grace, dirigido diretamente por Tim Miller e baseado no conto de Michael Swanwick, o qual conta a história de um casal que descobre um mini-civilização que vive no congelador de uma geladeira velha.
É mostrado com maestria, o avanço da humanidade em uma escala de tempo muito curta, passeando por todas as eras, revoluções, colapsos, o fim e o (re)começo – eu simplesmente amei esse episódio, pois é uma aula de história e ciência em menos de dez minutos.
Para terminar, o episódio “A vantagem de Sonnie” é um dos mais pesados, mas também um dos que têm os gráficos mais realistas. Adaptado dos escritos de Peter F. Hamilton apresenta cenas de violência explícita além de tratar temas como sexualidade e estupro, a história se passa em um futuro onde humanos controlam robôs em lutas “clandestinas”. Sonnie é a personagem principal que carrega consigo traumas passados, contudo, mostra que sua força vai além dos limites humanos.
Bem, isso não é nem a ponta do iceberg da série. Cada episódio merecia uma resenha própria, tamanha qualidade e profundidade de cada uma. Porém, o mais interessante de tudo é a capacidade de despertar o censo crítico e a interpretação em quem assiste, como também a qualidade das animações (gente, dá gosto de ver!). Love, Death & Robots é, sem dúvida, uma das melhores séries lançadas pela Netflix neste ano.
E para felicidade da nação, foi anunciado que a segunda temporada está confirmada, portanto, podemos esperar porque vem coisa muito boa por aí!
E aí, curtiu? Se você já assistiu, deixe aqui embaixo suas impressões e quais seus episódios preferidos! Ainda não viu? Se eu fosse você, não perderia tempo e correria para assistir! Vale super a pena.
Que a força esteja com você.
Por Agnes Rufino.