Designated Survivor (2016-2019) da Netflix

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Em bom português, “Sobrevivente Designado” é a série da Netflix que retrata meandros políticos de uma história que jamais ocorreu.

O personagem principal da trama é Tom Kirkman, que era Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano do novo presidente eleito. Após problemas com a cúpula, Tom estava para ser retirado do governo, mas logo o problema principal acontece. Durante o discurso do Estado da União, um grande evento que ocorria no Capitólio (um dos monumentos máximos da política estadunidense) na qual estavam todos os principais políticos americanos, há uma explosão que não deixa sobreviventes. O presidente, os senadores, deputados, alto comando do exército, todos morreram. Menos Kirkman, que faltara o evento devido suas desavenças.

Tom, logo recebe uma ligação. Ele é o Designated Survivor que, pela Lei, era a pessoa mais próxima ao presidente viva após uma catástrofe e que deveria assumir o seu lugar. Deste ponto em diante, sua vida sofre um rebuliço enorme. Ele vai de possível ex-ministro para o novo presidente dos Estados Unidos em um momento no qual ocorreu um evento ainda maior que o 11 de Setembro. Reassumir o controle da nação, a confiança da população e reconstruir a força política local, assim como descobrir quem mandou explodir o Capitólio começam a ser as missões máximos do novo presidente, enquanto se relaciona com outras nações do mundo.

A primeira das três temporadas da série foca bastante no evento principal, que é a explosão do capitólio e em toda a reconstrução do governo. Demonstra as fraquezas e como Tom Kirkman não é um político, sempre aprendendo algo novo sobre como lidar com os poderosos e com o país. A visão humanista dada a Tom demonstra que o meio político não é amigável com pessoas como ele, mas que sua forma de ver e fazer as coisas podem contribuir para uma nova visão das pessoas do país.

Simultaneamente, há ótimas histórias secundárias, como as dos personagens de sua equipe. Emilly Rhodes, secretária do governo, sempre com ótimas ações e ideias, Seth Wright, secretário de comunicação e imprensa, que é um alívio cômico em meio as conversas, e Aaron Shore, Chefe de Gabinete e braço direito de Tom. Durante a temporada também há um foco importante na personagem agente Wells do FBI que fica encarregada de descobrir quem explodiu o Capitólio e, ao longo do caminho, encontra interferências políticas internas e internacionais.

O fim desta temporada é um grande plot político. Coloca a série em um patamar elevado das melhores séries do gênero que já vi.

A segunda temporada já ocorre um ano após o início da presidência de Tom Kirkman. Nesse segundo momento, Tom sofre efeitos de ser o presidente. Vê sua vida conjugal com sua esposa Alex ir de mal a pior, ele não consegue ter tempo para os filhos (Penny e Leo) que ama, assim como demonstra não estar preparado para a posição que ocupa. Foca também ainda mais os bastidores da nova política do país, como todo um novo senado que discorda sobre como ele deve ser reconstruído, os assuntos internacionais e de terrorismo que ocupam a agenda e as ações do presidente, assim como acusações diretas que tentam ligar sua família há um crime antigo.

Alguns personagens novos, surgem na sua equipe como Lyor Boone, um franco conhecedor e estrategista político contratado para melhorar a imagem do presidente. Como personagem, um alívio cômico, assim como a advogada da Casa Branca, Kendra Daynes.

Lançada em 2019, a terceira temporada e última temporada possui apenas 10 episódios. É aquele adeus de séries canceladas (sim, a série foi cancelada pela Netflix, porém isso não quer dizer que não valha à pena). Buscando dar um fim para a história, esta temporada foca nos meses finais do governo de Tom Kirkman, que decide, após um grande evento pessoal em sua vida, ir em busca da reeleição. Fragilizado, porém mais experiente, o presidente começa a se render ao jogo político e vai demonstrando indícios disso, enquanto constrói sua imagem para ser reeleito como presidente dos Estados Unidos frente a uma fortíssima oposição que não mede esforços para retirá-lo do páreo e caça cada erro ou podre que pode existir em seu governo.

Enfim, “Designated Survivor” é uma boa série para que gosta de gênero. Tem uma mistura entre séries como “House of cards” e “Scandall”, mas sabe dosar o melhor das duas com um bom roteiro e várias trocas e discussões excitantes. Possui alguns personagens marcantes e bem construídos entre os secundários e ótimas histórias paralelas, além de aprendizados sobre como funciona um pouco mais o meio político, por mais que não seja a política brasileira (essa seria uma série de terror ruim), a série nos permite ótimos paralelos.

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