Black Box (2020)

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“Black Box” é um dos lançamentos desse mês da Amazon Prime Video. É dirigido pelo cineasta Emmanuel Osei-Kuffour, com roteiro do próprio Emmanuel em parceria com Stephen Herman. O longa é coproduzido pela Blumhouse Television, companhia responsável por filmes muito conhecidos dos fãs de terror. “Atividade Paranormal” (2007), “Uma noite de crime” (2013), “Corra” (2017) e “O Homem Invisível” (2020) são alguns exemplos.

Acompanhamos a história de Nolan (Mamoudou Athie) e os todos os empecilhos de vida causados por sua recente perda de memória, consequência de um acidente que vitimou sua esposa. No desespero de tentar recuperar a saúde e a relação inconstante com a filha Ava (Amanda Christine), Nolan aceita se submeter a um tratamento inédito que promete acessar memorias profundas.

“Black Box” faz parte da antologia “Welcome to the Blumhouse”, que contém quatro filmes que vão ser lançados esse mês, por conta do Halloween. A premissa consegue fazer com que haja interesse, apesar de não ser um tema novo a ser explorado. O roteiro se esforça em nos manter atentos ao cotidiano do protagonista e como ele sofre com a própria confusão mental.

O elenco em geral é mediano e cumpre o que é pedido. As exceções vão para Mamoudou Athie que consegue se desdobrar com competência nas facetas de seu personagem e Amanda Christine também que faz ótimas as interações com o protagonista. O roteiro do filme tem suas limitações, mas, ainda assim, é possível ver boas atuações.

Sobre a construção narrativa, um filme pode abrigar vários gêneros, por exemplo, mas é que, em “Black Box”, não havia harmonia entre eles. Faltou unidade em tentar juntar todas as nuances (drama, terror, ficção científica, etc.). Isso prejudica a imersão, pois a todo momento ela é quebrada para que se tenha que acostumar com outro tom narrativo.

Os primeiros quarenta minutos tendem a ser meio arrastados. O que é compreensível, pois a história ainda está sendo introduzida. A partir do momento em que o protagonista começa de fato a agir para saber mais sobre o significado das memórias que ele tem, o filme ganha fôlego. A história instiga ao instituir um mistério sobre a vida do personagem.

No entanto, logo depois, o plot twist apesar de válido, nos traz perguntas fundamentais que o filme não foi capaz de responder até o final. Algumas cenas pareceram aleatórias e expositivas ao tentar formular explicações sobre o desenvolvimento dos personagens. Elas poderiam ter sido construídas de maneira mais natural. Algumas outras (como a cena final) não pareceram encaixar com nada e soam desnecessárias.

O filme tem boas ideias e, apesar de conter deslizes de direção e roteiro, rende boas cenas, como as de mais ação ou quando entramos na cabeça do protagonista. A dupla pai e filha funciona. Com algumas cenas a menos e uma maior harmonia entre as camadas temáticas, a história poderia ter aproveitado todo o potencial que tinha.

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