Tony é pai de família que precisa de um emprego para pagar as contas (como todos nós). Em uma entrevista, conheceu Don, um músico excêntrico extremamente talentoso que o oferece um emprego de motorista em sua turnê de dois meses. De início, ele não aceita a proposta pelo dinheiro sugerido, mas o artista acaba acatando com a exigência dele.
A turnê não é tão simples assim, pois passa pelo sul dos Estados Unidos no ano de 1962, onde era forte a discriminação racial. Por isso, Tony teria que fazer de tudo para que os shows seguissem o estilo de Don e sua banda, como também, qualquer erro poderia levá-lo ao não-pagamento.
Enquanto Tony está acostumado a rotina agitada de duas crianças e empregos como em casas noturnas, Don é um divorciado que prefere a companhia de si próprio ao som de uma música clássica. Claro, um álcool sempre bem-vindo nessas horas.
Vale ressaltar que o motorista é guiado por um livro verde dado-lhe antes de partir, o qual indica onde hospedar negros no sul, pois não era qualquer estabelecimento (seja hotel, seja restaurante) que aceitava a entrada de “pessoas de cor” (como descrevia no filme).
Em um Cadillac DeVille, ambos partem para uma aventura complicada que expõe diferenças de dois mundos bem diferentes, visto que Don é acostumado com o luxo e Tony não. Entre risos e ordens, é possível ver o contraste em cada cena desde a roupa até o vocabulário de cada um.
A inversão de estereótipos da época com Don sendo culto e refinado, enquanto Tony é um boca suja que não para de falar merece sua atenção, pois é assim que criam personagens divertidíssimos e com caráter forte. Os diálogos foram proveitosos, dando uma boa ideia ao telespectador a dificuldade que os negros sofriam (e ainda sofrem!) nos Estados Unidos.
O filme também traz cenas memoráveis que perderiam a graça se eu comentasse aqui, porém, confesso que a cada minuto a história apresentava algo novo e único que era surpreendentemente produzido.
A fotografia foi impecável, como também, a trilha sonora que encaixava muito bem com as cenas. Aos que gostam das músicas dos anos 60, não devem perder essa maravilha de filme. Para quem gosta de drama, este aqui é imperdível. Confesso que foi bem melhor que Blackkklansman, além de mostrar as situações preconceituosas com mais detalhes.
Comenta aqui embaixo se você vai assistir ou se assistiu e o que achou. Quero saber <3
Eu assisti esse filme no começo do ano e achei simplesmente incrível, ainda mais por mostrar de forma tão realista o que acontecia nos EUA na época e por mostrar que a mentalidade da pessoa não está relacionada com a cor de pele. O fim é ainda mais maravilhoso no jantar de Natal. Parabéns pela resenha!
Obrigada pelo comentário, Persephone! É chocante a realidade e ainda mais que algumas situações se repetem nos dias de hoje. Também adorei essa cena. Por Anna Andrade.