Meu Pai (2020)

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“The Father”, no original, é um filme de drama do escritor Florian Zeller, que assina direção e roteiro da produção, este último em parceria com Christopher Hampton. A obra, que é uma adaptação de uma peça de teatro de Zeller, arrematou indicação a seis categorias no Oscar 2021. Dentre elas a de melhor atriz coadjuvante para Olivia Colman e melhor ator para Anthony Hopkins.  

Começamos acompanhando a rotina de um idoso, Anthony, residente em Londres e cuidado por sua filha Anne, que vem visitá-lo quase todos os dias. O problema é que ela em breve vai se mudar para outro país e precisa deixá-lo seguro. 

Anthony começa a desconfiar da realidade à sua volta, desde fatos estranhos dos quais não se lembra até o comportamento das pessoas, incluindo a sua própria filha. Ele passa a se questionar se precisa mesmo de tantos cuidados ou se há um plano de Anne por trás das situações. 

 A melhor coisa do filme é não tentar ser presunçoso. É comum em filmes com ideias arriscadas, edições mirabolantes, conceitos criativos na premissa se perderem ao longo do caminho e não responderem perguntas que deixaram para o espectador. 

Esse definitivamente não é o caso. A direção e roteiro são harmoniosos em descrever as situações de maneira confusa, representando a percepção do protagonista, sempre com zelo e precisão. As coisas vão se encaixando com uma perfeição indescritível. 

E com os protagonistas que tem (vencedores do Oscar em edições anteriores) não poderia ser diferente. Colman e Hopkins cativam ao extremo pela realidade e fazem as temáticas tratadas (abandono, senilidade, abuso) ganharem importância, gerando peso à narrativa. 

Apesar do filme dar a oportunidade para o espectador especular o significado de algumas de suas cenas, o final é satisfatório e resume a ideia. Ainda que você tenha que se esforçar ligar os pontos, o sentimento imposto na sequência elucida a mensagem geral do longa. 

Se você procura um bom roteiro, boa direção e excelentes atuações, “Meu Pai” tem grandes chances de te impactar. Ele consegue se comunicar com o espectador sem ser previsível e falar de um tema muito delicado sem romantizar ou tornar a discussão artificial. 

O filme está disponível nos streamings do Apple TV, NOW, Google Play, além de aluguel no YouTube. Também há previsão para a chegada no Vivo Play e SKY Play, no próximo dia 28. 

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