Depois do último filme que vi “desconhecido”, Dark Light, acabei caindo para cima de outra produção de baixo conhecimento popular (nossos protagonistas são estrelados por Carl Malapa, Némo Schiffman e Manon Bresch). Efeitos da quarentena de conhecer novas produções mundo a fora.
A bola da vez é Mortel, uma série que mistura pactos, bruxaria, voodoo, colégio, e muitos outros temas. É, novamente temos uma farofada de coisas que possivelmente deu certo (ou errado)? Descubra nas próximas linhas.
Sofiane (Carl Malapa) e Victor (Némo Schiffman) são dois adolescentes que nem se quer tinham uma amizade, mas por fatores nada aleatórios do sobrenatural acabam criando laços. A loucura toda começa quando Sofiane perde seu irmão mais velho.
Numa tentativa (extrema) de recuperar, nossos heróis fazem um pacto com uma entidade sobrenatural, um deus chamado de Obé (Corentin Fila) recebendo alguns poderes. Parecido com Full Metal Alchemist, com troca equivalente, Sofiane e Victor devem matar alguém para recuperar o irmão. Em outras palavras, sacrifício.
A série tem 6 episódios. Na teoria, é uma produção que tem bom embasamento que me remeteu até os quadrinhos. Temos aquele sentimento de super-heróis enfrentando um vilão superpoderoso, acontecimentos paralelos… mas na prática, temos uma completa bagunça!
Temos um trio de personagens principais que apenas um funciona. Luisa (Manon Bresch) é com certeza a personagem mais bem estruturada da história. Até mesmo em questão de plot paralelo, a narrativa que envolve a avó dela é a melhor coisa fora do elenco principal que acontece durante os seis episódios. Sofiane e Victor são enjoativos e odiáveis. Para uma dupla de protagonistas, foi torturante ver a não evolução dos dois.
Cada episódio que eu assistia, parecia que eu estava no dia da marmota (referência ao loop diário em “Feitiço do tempo”) com episódios estruturados de formas semelhantes. Sofiane não tinha motivação, isso inclui o impulso narrativo inicial (o irmão mais velho) o qual parece cada vez mais vazio.
Victor é o típico “estranho” do colégio, mas tão mal usado que não atrela nenhum carisma ou afago. Detalhe, não estou falando dos atores. Pelo contrário, os atores trabalham muito bem. Pena que os personagens são vazios.
Em questões técnicas, o filme aposta alto. Temos cenas de “câmera na mão”, desfoco, e bastante cor. Porém senti que não acharam uma medida exata. Mexer com esse tipo de técnica, requer cuidado ou pode passar ao espectador vertigem, e até mal estar em algumas cenas. Tiveram episódios bem equilibrados, mas outros me senti meio zonzo com o processamento de tanta coisa.
No fim o que sobra é uma série que propõe um tema relativamente agradável. Tem um “esqueleto” narrativo atrativo, mas que não soube preencher sua estória. O material é vendido como um terror (só ver o trailer), mas se você quer ver algo do gênero, não recomendaria.
Se você procura uma produção mais “heróis adolescentes com história adulta numa ambientação dark”, nesse caso, recomendo (Titãs) Mortel. Piadas a parte, não me agradou o decorrer da história e de verdade, isso em decepcionou um pouco, porque pela proposta tinha animado em assistir.
Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão: LIBERTE-SE.