Se livros de terror são os meus preferidos, obras do gênero sobre extraterrestres conseguem me tirar o fôlego. O livro de hoje é o melhor terror sobre ETs que eu já li. Podemos discutir se estamos sozinhos no Universo numa outra hora, mas não me deixem desacompanhado nesta resenha de outra obra do reizinho do terror, Stephen King.
“O Apanhador de sonhos” (“Dreamcatcher”, na versão original) é o 44º livro publicado de King, e foi escrito em cerca de seis meses, enquanto o autor se recuperava de um acidente de carro ocorrido em 1999. O trabalho foi todo escrito sob o efeito de opióides, grupo de drogas como a morfina, talvez por isso, King tenha afirmado à Rolling Stones (2014) que não gosta muito da produção.
Outra curiosidade tem relação com o título da obra, que seria intitulada “Câncer”. O nome foi trocado a pedido da esposa do autor, Tabitha King, também escritora. Tabitha foi um anjo sem defeitos ao sugerir isso, na humilde opinião deste resenhista, visto que “Apanhador de sonhos” faz referência ao artefato, também chamado de filtro dos sonhos, que tem a função de atrair proteção e nos livrar de pesadelos, de acordo com a astrologia. Essa capacidade é essencial na trama do livro, como vamos ver agora.
Após enfrentar a fúria da Coisa por séculos (veja aqui a resenha de It: A Coisa), Derry, a pequena cidade fictícia no estado do Maine, conta com outro problema. Os moradores começam a se queixar da aparição de luzes estranhas no céu, em meio à temporada de neve.
Sem saber da ocorrência, os amigos de infância, Jonesy, Pete, Beaver e Henry viajam para a cidade, onde, quando crianças, salvaram o quinto amigo, Douglas Cavel (Duddits) de um grupo de valentões.
Duddits é uma criança com Síndrome de Down, que consegue não apenas ler, mas inspirar o pensamento dos amigos, sendo de suma importância quando criaturas extraterrestres com poderes semelhantes tentam dominar o mundo, enquanto o exército norte americano decide destruir toda a cidade por precaução.
Mr. Gray, um nome um tanto fofinho para as criaturas alienígenas, trava uma real batalha mental com alguns dos quatro amigos, sem contar com a capacidade que adquiriram quando crianças. Cabe a eles, com a ajuda de Duddits, a tarefa de salvar Derry e o mundo à custa da própria sanidade mental.
Confesso que “O Apanhador de Sonhos” possui uma narrativa um tanto “brisada”, visto que a mente humana muitas vezes é descrita como um ambiente físico, como o autor representa em “O Iluminado” (resenha aqui) e em sua sequência, “Doutor sono”. As metáforas de uma mente no formato de quartos e pastas parece interessante, ainda mais com um ET tentando ultrapassar a porta fictícia.
O autor também parece procurar representar a Síndrome de Down como uma condição única e especial, e diversas resenhas apontam para esta questão. Além disso, a representatividade de um personagem com a condição genética (um cromossomo 21 a mais) é algo bem legal de se ler.
O livro tem uns momentos bem nojentos, que por vezes podem nos deixar enojados e talvez paranoicos com qualquer “pum” que ouvirmos.
Seja pelas lembranças da dor do acidente, ou por qualquer outra razão, não consigo entender o porquê de Stephen King não gostar muito de “O Apanhador do Sonhos”. Seus fãs, todavia, amam a obra, que se tornou uma produção cinematográfica dois anos depois do lançamento.
Meu relato pessoal é que, fictícias ou não, histórias que envolvem alienígenas sempre me proporcionam um medo extra, uma noite de sono mal dormida, e uma conta de luz mais “salgada” no fim do mês. Fiquei assustado em alguns momentos, sem precisar apelar – e ainda debochar – para a imagem estereotipada de aliens cinzas e cabeçudos. Eles podem estar na sua cabeça, agora mesmo.
A existência de vida inteligente extraterrestre é um questionamento que permeia a humanidade desde os tempos “pré-históricos”. Será que estamos sozinhos no Universo, ou será que temos alguém para observar a confusão que o planeta se tornou? Independente da resposta correta, é sempre uma boa quando lemos livros que abordam o assunto.
Minha segunda dica da semana está dada (vejam aqui a resenha de quinta-feira), e dessa vez eu não vou tentar contextualizar com a situação brasileira, só pro caso do “Sr. Gray” estar lendo também.
Cuidado com as luzes no céu, e até a próxima resenha!
Minha vontade é ler todas as obras do King, mas como sou medrosa acabo enrolando entre um e outro!! Agora estou pra começar o clássico “O cemitério”. O Apanhador de Sonhos já estava na minha lista, com certeza vou ler esse ano.
Eu sempre me arrisco a ler, e sempre passo uma semana com medo de tudo hahaha
“O Cemitério” é sem dúvidas, o mais assustador, real. E é o meu favorito!
Se quiser conferir, tem uma resenha dele aqui no blog, viu? Espero que goste do livro e que sinta muuuuito medo, porque faz parte kkkkk
Eu tentei ler “Ao Cair da Noite”, do autor, mas não consegui ir pra frente, comecei a ter pesadelos e nem é tão terror assim kkkkk. Não sei o porquê mas me veio na cabeça Stranger Things… “Eles podem estar na sua cabeça, agora mesmo”, nem vem kkkkkk não vou passar o fim de semana noiada kkkk Eu ainda não li e nem assisti ao filme. Parece ser uma boa pedida para ser apreciada… de manhã cedo kkkkk
Stranger Things faz referência à “It – A Coisa” uma ou outra vez, e a época dos dois é bem semelhante, né? Nunca li “Ao Cair da Noite”, mas já está na minha lista deste ano haha
Confesso que sempre leio durante o dia, e de noite, só se tiver companhia, sozinho é impossível kk
A experiência de sentir medo enquanto lê é incrível, pode se permitir. E se prepare para uma conta de luz mais cara haha
Sim, sim, e eu adoro essa época ❤️ porém, ainda não decidi se gosto de apreciar o medo que a leitura gera kkkk
O Stephen King é tão famoso, tenho vontade de ler os livros dele, mas sou muito medrosa!