Todas as sardas do mundo (2019) da Netflix

Imagine um homem mesquinho. Agora, imagine ele manipulando seus colegas a voltar e tentar fazer de tudo para que eles sejam seus degraus na vida. Pense neste ser mesquinho se apaixonando e, para isso, ele até chegue ao cumulo de fazer uma aposta no intuito de que como troféu tenha, não só a amada, como também, o desejo de ter 2 filhos com ela. Então, amenize todo esse filme de terror com crianças. Pronto, resumi o enredo do filme. Piadas a parte (nem tanto), vamos lá…
“Todas as sardas do mundo” é um filme de produção mexicana com atores crianças, o qual conta a boa e velha história de crianças envolvidas num romance no estilo “meu primeiro amor”.  José Miguel Mota (Hanssel Casillas, “Os tigres não tem medo”) é o garoto novato no primeiro ano em uma escola da cidade que sua família acabou de se mudar.
Logo no primeiro dia, Miguel arruma algumas amizades muito importantes. Liliana (Andrea Sutton, “Tesouros”) e Malo (Alejandro Flores) aproximam-se do garoto de forma super natural. O problema vem quando estão todos do lado de fora da sala de aula. Miguel conhece Cristina (Loreto Peralta, “Não aceitamos devoluções”), a garota perfeita e desejada pelo colégio, mas que se encontra no terceiro ano, namorando com Kenji (Luis de la Rosa). Um forte desejo de ter um namoro com Cristina corre por Mota, fazendo ele perder cada vez mais o controle da sua vida.
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A primeira vista parece ser um romance comum. Cheio de clichês adolescentes, e alguns personagens que estão ali só pra preencher buraco nas narrativas. Tem uma ambientação nos anos 90 com elementos como fita cassete, walkman e outros, porém, pareceram apenas jogados como um lembrete exagerado de que aquele filme era nos anos 90.
Fora isso, o filme apresenta atitudes as quais se vistas por um olhar não pertencente a uma criança inocente, talvez soem até meio bizarras, como o fato do Miguel se tornar uma pessoa tóxica em busca do seu amor platônico. Futuramente, isso é reflexo de uma criação errônea e uma ausência de figura paterna. Existe a mãe, mas, por mais que tente se manter próxima do filho, deixa parecer que há um enorme abismo sentimental entre eles.
O final ao menos fugiu do óbvio que o começo apresentou. Acabou sendo uma ótima surpresa. Uma história até meio “real”, a qual as coisas realmente dão erradas e okey! A vida não é perfeita mesmo, experiências tão aí para serem vividas.
Por outro lado, o longa também possui vários elementos que só são descartados da forma mais porca possível, sem a menor preocupação de já terem atrelado algum acontecimento a determinado personagem. Fora uma copa do mundo servida exclusivamente pra mostrar uma irmã birrenta, representando o desapego rápido a um ídolo, mas que podia só ser descartada da história.
O filme tenta acertar uma galera ali de uns 20 anos pra cima, até uns 30 talvez, com o intuito de relembrar bons momentos da infância dos anos 90. Isso até funciona, eu de fato lembrei de um pedacinho da minha infância, não que eu tivesse um amor platônico, entretanto, outro personagem (muito mal trabalhado por sinal) me representou, pelo menos as poucas vezes que apareceu. Quem foi, eu não vou falar. Se quiser assiste e vamos conversar. É sempre bom dar uns passos atrás no tempo. Nostalgia é sempre bom. Mas lembre-se de não ficar preso a isso.
Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão. LIBERTE-SE!

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