A série de livros Wereworld se passa no reino da Lyssia, uma terra onde habitam os Werelords – pessoas que podem se transformar em animais, como leões (Werelions), ursos (Werebears), serpentes (Wereserpents) e outros animais perigosos. É, então, que o jovem Drew descobre ser um lobisomem (Werewolf), o último de sua espécie, e as consequências desse fato desencadeiam consequências irremediáveis, transformando a vida de Drew para sempre – assim como a de todos os habitantes da Lyssia.
Os Sete Reinos de Lyssia costumavam ser liderados e governado por werelords – seres transmorfos que podem se transformar em lobos, leões, ratos, ursos, pássaros, cobras… -, até que o Leopold, o werelord leão, decidiu tomar conta de tudo (é aquela velha história leão o rei do pedaço, o rei da floresta). Com a ascensão do leão no poder os Sete Reinos começaram a ser abalados e o povo passou a viver cada vez sobre regras rigorosas e sofrendo cada vez mais, com impostos absurdos, fome e perigo.
Drew é o clássico herói: altruísta, corajoso, fazendo de tudo para ajudar os outros e não se contendo ao ver alguém em problemas. Os amigos que faz durante sua jornada, Hector e Whitley, são uns fofos, e já se tornaram meus personagens favoritos, mas tem vários outros personagens incríveis também, como o Duque Bergan e o Conde Vega, que tiveram algumas das aparições mais marcantes da história, além do excelente vilão, o rei Leopold, o tipo de oponente que não deve ser subestimado. Quanto à Gretchen, eu não saberia o que dizer. Eu basicamente vivi uma relação de amor e ódio com relação à personagem no decorrer do livro. Eu ainda não entendo como ela podia ser insuportavelmente irritante em algumas horas e incrivelmente legal em outras. Mas pela minha não tão vasta porém respeitável experiência em leitura, acredito que quase toda saga tenha um personagem assim.
Aqui vale falar um pouco mais de Leopold que é basicamente um Hitler, assim como Hitler odiava os judeus, Leopold odeia os lobos. Lyssia antes da entrada de Leopold, o poder era governado por Wergar, o Lobo. Com a morte de Wergar, os lobos passaram a ser extintos e massacrados pelos leoninos até que… Do outro lado Drew Ferran, fazendeiro e aspirante a pastor de ovelhas, descobre aos 16 anos que é um lobisomem e, que poderá ser filho perdido do rei lobo, Wergar. Drew na sua fuga viverá uma aventura da qual nunca imaginou com seu mais novo amigo, Hector, um wereboar, e uma refém bipolar, werefox. Enquanto ele se vê fugindo das tropas leoninas, sairá sem querer carregando e depositando esperança de liberdade por onde passa.
O primeiro livro da série Wereworld é introduzido em terceira pessoa, mas o autor não peca em descrever o sentimentos do protagonista e nem deixa faltar os pontos de vista dos personagens secundários. O crescimento físico e psicológico do personagem principal foi um dos fatores que mais me fez gostar do livro, acompanhar a evolução de um personagem infantil para um homem facilita o apego e conhecimento sobre o mesmo. Ou seja, não é estabelecido um herói definido, pois este ainda está em formação.
O mundo fantástico criador por Curtis parece ser louco e confuso. Que é louco é, mas confuso não. A história e a criatividade são bastante originais; nunca imaginei que o mundo poderia ser governado por seres “mutantes”, já que o costumeiro dos livros é que seres metamorfos sejam reprimidos e considerados aberrações. Em Wereworld, os seres temidos são a salvação e a garantia de paz.
Ela se ajeitou, encostando no peito do rapaz. Drew ficou feliz, mas se sentindo estranho ao mesmo tempo. Por que será que era necessário estar às portas da morte para ela interessar-se por ele?
Eu ainda não te convenci de como esse livro é maravilhoso? É só dar uma lidinha para conferir as cenas de ação, que são absolutamente fantásticas! O autor ainda conseguiu equilibrar essas cenas com aquelas sem tanta adrenalina, sem carências ou excessos, apenas na medida certa. Jobling também optou por deixar o romance de lado neste primeiro livro da saga, o que eu achei ótimo para consolidar o início da história, mas acredito que já podemos esperar algo realmente promissor nos próximos livros. Apenas um aviso: as cenas de batalha são tão detalhadas quanto brutais, então para aqueles que não têm estômago forte, não digam que não avisei!
A Origem do lobo, publicado em 2011 pelo selo de ficção Benvirá, dará sequência a mais cinco livros, sendo o primeiro livro infanto-juvenil lançado do autor. Sem pontas soltas e bem explicado, o autor não te deixa por fora da história que aconteceu antes de Drew. A história de Drew, no primeiro livro, deixa expectativas e términos não concluídos para um próximo volume com diagramação perfeita que a editora preparou para os leitores e que chama bastante atenção. Então, prepara o bolso que todos os volumes já foram lançado. Para os amantes de fantasias juvenis esta história irá surpreender.