A escolha de gravar num estúdio caseiro foi feita para redução de gastos e, também, por causa da possibilidade de trabalhar com mais intimidade e liberdade na produção, como também, no desenvolvimento do material, até porque seria preparar um álbum em casa junto de seu irmão. Tendo isso em vista, é importante afirmar que o álbum todo foi um trabalho de basicamente duas pessoas. Billie Eilish e seu irmão compuseram e produziram todas as músicas do álbum inteiro, incluindo o desenvolvimento da instrumentação e harmonização presente nas músicas. Isso é algo muito raro de se acontecer no mundo pop, pois álbuns de estúdios normalmente passam pelas mãos de dezenas de pessoas.
O álbum conta com 14 faixas:
1. !!!!!!!
2. Bad guy
3. Xanny
4. You should see me in a crown
5. All the good girls go to hell
6. Wish you were gay
7. When the party’s over
8. 8
9. My strange addiction
10. Bury a friend
11. Ilomilo
12. Listen before I go
13. I love you
14. Goodbye
Billie esperou que os materiais do seu álbum fizessem os ouvintes pensar “Meu Deus, que doido” ou “Meu Deus, que depressivo”. Acredito que essas duas sensações podem ser encontradas depois de ver esses vídeos acima, que foram os dois primeiros singles. Além disso, ela esperou que os ouvintes quisessem estar em um show somente ao ouvir as músicas.
Para a arte do álbum, assim como para a composição das músicas, a cantora se inspirou em pesadelos, em sonhos lúcidos e em filmes de terror, por isso podemos notar uma vibe dark ou meio halloween em praticamente todas as músicas, o que deixa o álbum bem coeso.
A voz de Billie no decorrer do álbum é clara e leve, muitas vezes surgindo como sussurros, como se ela estivesse cantando no seu ouvido, o que proporciona uma sensação de intimidade. Somando tudo isso com as harmonias vocais, é possível também se sentir (além amedrontado kkk) relaxado. Considerando o sussurro, algumas pessoas relacionam várias músicas com o ASMR.
Muitos dizem que ela é uma cantora indie, e a relacionam com Lana Dey Rey ou Lorde, mas o estilo de Billie em When We All Fall Asleep, Where Do We Go? se torna bem diferente, até cinemático, provavelmente porque ela conta histórias pelas letras e porque se utiliza do foley na instrumentação das músicas em alguns momentos. As histórias dessas músicas passam por temáticas como vício em drogas, corações partidos, distúrbios mentais e até mesmo suicídio. Apesar da vibe dark, a composição consegue, em diversos momentos, transitar entre o humor e o terror, misturando-os muito bem.
Por fim, é interessante ressaltar que Billie gravou esse álbum quando tinha 16 anos (agora ela tem 17) e conseguiu um #1 no chart da Billboard Hot 100 com a música Bad Guy, que chegou até a ter uma regravação com o Justin Bieber (que ela foi fãnzaça quando mais nova), mas o primeiro lugar no chart foi da versão sem o Bieber. Billie é a primeira artista (dentre homens e mulheres) nascida no século XXI (ou no novo milênio) a conseguir esse feitio.
A resenha de hoje chega ao fim, e deixo aqui a última música antes de Billie e eu irmos embora.