O Batman resolveu fazer a batfamilia. Mas dessa vez, com muitos cuidados especiais com identidades, para que nenhum palhaço louco pegasse um membro do seu esquadrão de forma desprevenida. Essa seria uma ótima sinopse, entretanto, o Batman agora é o Ryan Reynolds.
Esquadrão 6 é um filme que estreou no dia 13/12/2019 e traz ação com indivíduos que são os melhores naquilo que fazem: uma medica, uma ex agente secreta da CIA, um piloto de carro, um praticante de Pakour e por fim um assassino louco.
No dia que eles aceitaram o convite de participar do grupo, também aceitaram não possuir famílias, atividades, amigos, nem mesmo nomes (cada um possui um número, na mesma vibe de “KND – a Turma do Bairro”). Tudo foi abandonado, jogado pro ar, pior ainda, cria-se toda uma encenação para suas mortes com uma intenção: se tornarem fantasmas para o mundo.
E, como fantasmas, eles podem tudo sem deixar rastros. No total, os 6 membros possuem uma missão: fazer o bem. Para isso, o primeiro pontapé é trabalhar num golpe de estado e retirar um governante tirano para colocar seu irmão no lugar. Cada um no esquadrão tem suas motivações, mas todos obedecem cegamente aquele que lhe deu a chance de fazer aquilo tudo: o “Um” (Ryan Reynolds, nosso desbocado Deadpool).
Okey, essa é a parte que você me pergunta: “Mas o que o filme tem de mais?”. Primeiro que não temos “conflitos entre a equipe”. Geralmente ao se lidar com uma equipe em histórias, sempre é possível pontuar que todos os membros tem opiniões e, logo, alguns começam a discutir entre si. Nesse ponto, acredito que “Esquadrão 6” saia na frente, porque o filme apresenta o “Um” como um líder sólido, mas que sempre ouve os aliados e consegue balancear isso. Fora que os membros da equipe o respeitam como um líder que faz (nem sempre) as melhores escolhas.
Eles não são uma família, antes que pense isso. Eles têm a mesma ideia, mas uma regra bem clara entre os fantasmas é de que: se alguém ficar para trás, não há volta. Por mais que o filme aborde isso e passe uma certa crueldade, fica plausível que é uma atitude de “sacrificar um em prol de salvar a equipe toda”.
Outro ponto muito forte do filme são as profundidades dos personagens. Uma parte do filme é reservada para apresentar como cada membro entrou na equipe, e os conflitos pessoais que fizeram isso. Claro, o filme tem 2 horas e um pouco, algumas apresentações são feitas em alguns poucos minutos, mas as cenas tem a intensidade certa para explicar como cada um se meteu naquilo, todos muito bem aprofundados… bem, quase todos. Um em especial ficou meio jogado no filme, um erro completo.
“Só isso?” Não, por isso, recomendo que veja o filme. Para entrar em maiores detalhes, vou estar estragando algumas coisas da história, então, pode ir ver sem medo. No mínimo, você vai dar boas risadas, já que o filme sabe muito bem trabalhar o alivio cômico com cada personagem.
Também traz ainda a direção de Michael Bay, um nome conhecido por Transformes. O que mistura aquela vibe de comédia em meio a cenas de ações, câmeras rápidas, mas o uso delicado de câmera lenta para mostrar detalhes de uma cena que durariam um décimo de um piscar de olhos que encontramos nos filmes dos carros robôs?
Estão todos presentes no filme, digo sem medo que são muito mais bem utilizados na Netflix. Talvez ele tenha tido mais liberdade? Aí eu já não sei, mas posso afirmar que muito dos outros filmes que ele dirigiu podem ser claramente observados nessa produção. Se você é como eu que gosta, só aproveitar!
O filme tem uma classificação de maiores de 18 anos, e eu não recomendo para todo mundo. Primeira coisa o filme traz uma seleta lista de palavrões e sangue. A produção tenta ser o mais cru, não necessariamente com a “violência”, mas com o “real físico” do filme. Por exemplo, se você acertar um tiro em um nariz, dá pra ver a bala quebrando-o.
É como se a produção de 007 tentasse por um toque a mais de realismo, sem necessariamente deixá-lo pesado e agoniante de se ver. O filme não possui nenhuma nudez completa, então, a classificação fica por conta apenas do “sangue exagerado” e dos palavrões.
Minha única crítica ruim sobre o filme: souberam aproveitar todos os personagens, mas uma em especial ficou jogada de escanteio ate o fim do filme. Poderiam ter usados para um peso emocional maior, talvez um pilar emocional no time, ou a voz na cabeça daquele time que aos poucos tu percebe que eles precisam de uma voz “amiga”. Não sei, minha impressão é de que precisavam dela apenas para a cena inicial. Uma dó, podiam precisar dela em muitas cenas, e o roteiro não a privilegiou.
Eu sou o valente Asan e a mim foi dada essa missão. LIBERTE-SE!!