Rede de Sussurros (2019) de Chandler Baker

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A obra que foi escolhida pela Reese Witherspoon para seu clube do livro, a chamada “Rede de Sussurros” escrita por Chandler Baker e que é bem conhecida como um thriller feminista. Já adianto que foi uma das melhores leituras do ano!

Quando permitimos que meninos chamem uma menina de “louca” de forma tão casual, bem, isso dá a todas as outras pessoas permissão para que não acreditem nela.

A história possui o foco em três mulheres Sloane, Ardie e Gracie. Após a morte do atual presidente da Truvic (empresa na qual trabalham), o chefe delas (Ames, que possui um comportamento duvidoso) é o mais provável sucessor. Mas a rede de sussurros virá a tona para algumas verdades serem esclarecidas.

Caso você ainda não saiba o que é a tal “rede de sussurros”, vou dar uma pequena contextualização social a vocês: lá em 2017, o movimento #MeToo começou nos EUA após as acusações de assédio contra o diretor de cinema Harvey Weintein, e essa onda de sororidade partiu para o jornalismo americano, no qual planilhas com denuncias anônimas de assédio forma divulgadas.

Várias jornalistas recebiam a lista via e-mail e os homens ali eram desmascarados. Mesmo ficando disponível por apenas 12 horas as consequências já haviam sido geradas, as mulheres começaram a tomar coragem e se posicionar contra o machismo, contra o assédio moral e sexual.

O que antes era motivo de medo, vergonha e auto-depreciação, tornou-se incentivo e força para fazer justiça. É exatamente isso que acontece na obra literária em questão, as mulheres começam uma lista colaborativa de maneira anônima e nome de Ames aparece.

Ao mesmo tempo em que temos questões feministas, o foco se divide com a investigação de uma morte que acontece no futuro. Os capítulos são divididos entre o presente, narrando do ponto de vista das três protagonistas, alguns fatos sobre a investigação, como denúncias de assédio na empresa.

Queríamos ser tratadas como homens no ambiente de trabalho pelo mesmo motivo que as pessoas têm smartphones: porque isso facilita a vida.

As três protagonistas desta história são mulheres fortes que vivem sob um sistema opressor. Elas sabem que, em vez de ceder a este sistema o melhor a se fazer é começar uma revolução, mas nem toda revolução é feita com armas e gritos, mas pelo silêncio, pelos sussurros, como uma forma de derrubar o gigante enquanto ele está distraído.

Não há muito o que dizer sobre a obra além disso. Ela é muito simbólica, escrita dentro da ficção de uma forma que nos deixa intrigados também. Então, super indico esse livro, mais do que isso, desejo que todo mundo reserve um tempo para ler o que Chandler Baker tem a nos contar, principalmente quando levamos em conta que parte dessa história faz parte de sua própria vida, como ela conta ao fim do livro.

É uma mensagem importante que ela passa de como a união é importante nesses casos e que não devemos nos calar – todos nós – diante de casos de assédio, intimidação etc. Pois, apesar de a história lembrar a vida pessoal da autora, também é a história de outras milhares de mulheres que sofrem com isso diariamente.

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