O copo vem rodando
Cheio até o topo
Mas cheio do quê?
Vodka, whisky, cerveja?
Não
Solidão e medo
Que beijam a boca da juventude
Sugando todo a nossa saúde
A bebedeira desse sentimento
Nos torna nulos
De qualquer pensamento
Nos transformando em servos
Servos do silêncio
Eles não pensam dessa foram
Acham que devemos ter tudo na mão
Todas as cartas e os blefes
Gritando: “truco, truco ladrão”
Sempre lembrando
Emprego algo que dê dinheiro
Esquece vontade e sentimento
Faculdade, já pensou
Não importa
Vai lá e pronto acabou
Cadê a vontade?
Nunca existiu
Essa é a verdade
Morreu uns dias atrás
Por overdose de maldade
Nesse casamento obrigado
De sociedade e juventude
Nós somos mulheres acuadas
Sofrendo em silêncio
Esperando o marido melhorar
Com marcas no rosto e no seio
Todos os dias, sofrendo
Violência, tapas, socos
Daqueles que deveriam
Nos proteger, nos defender
Mas corremos nas ruas
Com medo de morrer
Mas se lembre
A cada soco tomado
Sangue derramado
Osso fraturado
Nós voltamos
Fortes como a fênix
No céu cinzento
De todo dia
Com a esperança na mão
E o amor no coração
Como sempre poemas tocantes e fortes, que falam sempre a realidade do mundo atual. Assim como o primeiro, adorei a continuação e realmente senti na alma! Parabéns.
Obrigado pelo comentário, Mel!
Arte com conscientização. Com temas sempre atuais e relevantes. A luta tem que continuar até na poesia. É uma pena que a violência contra a mulher ainda se perpetue nos dias atuais
Oh, Fernando, quando é que sai o livro contendo todos esses poemas fabulosos? Muito inteligentes! Misturando temas numa perfeita sintonia! Uma realidade retratada muito bem. Essa questão de emprego que dê dinheiro é tenso. Faculdade não adianta fazer por fazer, você acaba se frustrando mais tarde. Não importa o tempo que leve, fazer algo que gostamos é essencial, tem que ser por nós e não pelas expectativas da sociedade! Bora acabar com esse casamento tóxico!