Tenet (2020)

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“Tenet” é o novo longa do cineasta Christopher Nolan que teve estreia mundial em Agosto desse ano, sendo lançado em cinemas ao redor do mundo a partir de Setembro. Cercado por polêmicas por conta da insistência do diretor em levar o filme o quanto antes para as salas de cinema (no meio da pandemia), o longa chegou em terras brasileiras em 29 de outubro.

Na história, somos apresentados a um agente da CIA, “o Protagonista”(John David Washington), recrutado em uma missão ultrassecreta, que tem o objetivo de impedir os planos do bilionário Andrei Sator (Kenneth Branagh).

Sator tem em seu poder uma arma perigosa: um componente capaz de inverter a trajetória de objetos, pessoas e situações. Ao lado de Niel (Robert Pattinson), o Protagonista deve impedir que o magnata destrua o mundo usando o componente.

Desde a fotografia até a montagem, tudo colabora para o ritmo frenético de “Tenet”, em especial, nas cenas de ação. Os efeitos práticos e o uso mínimo de CGI (características da direção de Nolan) também funcionam, seja através da inserção das cores que diferenciam os estágios do tempo, ou nas coreografias nas cenas de luta.

As atuações aqui surgem dentro do esperado. Robert Pattinson e Elizabeth Debicki formam uma boa equipe junto do John David Washington que tem carisma suficiente na figura do herói. Kenneth Branagh embora teatral demais como vilão, não prejudica o filme.

A temática “tempo” já não é novidade na filmografia do diretor. “Interestelar” (2014), “A Origem” (2010) e “Memento” (2000) a tratam de diferentes perspectivas. Aqui, apesar de menos explicações no roteiro em comparação com seus outros trabalhos, Nolan consegue fazer uma premissa curiosa com motivações enxutas, mas convincentes.

No entanto, o emocional dos personagens parece menos desenvolvido. Não é que não houve desenvolvimento, mas a carga emocional (até do protagonista) foi representada em uma só camada. Pode dar a impressão de que os personagens são frios. De fato, eles não são desinteressantes, conduzem bem a história, mas falta algum aprofundamento em aspectos além da missão de salvar o mundo.

O filme passa a fazer um pouco mais de sentido a partir da metade. Pois é quando vemos o conceito de inversão de tempo ir além de fazer um projétil voltar para uma arma, por exemplo. Portanto, fica o aviso de que é um filme para se assistir mais de uma vez e de preferência sem muitas preocupações na cabeça, pois é detalhe que não acaba mais.

Apesar de se distanciar do aspecto emocional de seus personagens em comparação com seus antecessores, “Tenet” consegue construir seu universo apenas com informações essenciais em meio a um visual atraente e ritmo que faz duas horas e meia passarem bem rápido.

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