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“Promising Young Woman”, no original, é um filme de suspense (e doses de comédia) dirigido e roteirizado pela cineasta Emerald Fennell. Estreou no Festival de Cinema de Sundance no começo de 2020, chegando ao público em dezembro. Acumula cinco indicações no Oscar 2021, dentre elas a de melhor atriz e melhor filme.
Na história acompanhamos Cassie (Carey Mulligan) que em outros tempos de sua vida já foi uma mulher jovem e promissora (assim como sugere o título em inglês do longa). É aluna em um bom curso, de uma boa faculdade com um futuro fantástico pela frente.
Mas após os eventos de seu passado, ela quer saber de uma coisa: vingança. Enquanto mantém um emprego comum durante o dia, à noite ela finge embriaguez em bares e festas, atraindo homens intencionados a se aproveitar de sua aparente vulnerabilidade.
“Bela Vingança” transita entre o convencional e o original. Escorrega em alguns pontos expositivos demais em certas passagens e, ao mesmo tempo, dá lugar a sutilezas e explora caminhos que fogem a ideia que o título em português possa passar.
O filme começa exatamente dessa premissa: Cassie testando o comportamento tóxico de homens (alguns acima de qualquer suspeita), em relação a uma mulher que não pode responder por si. Mas esfriando as expectativas, não pense você que irá ver uma vingança sangrenta ao “melhor” estilo “Doce Vingança” (2010).
O roteiro opta por seguir a lógica de uma personagem mais realista, na medida do possível. Carey Mulligan acompanha muito bem os desdobramentos dessa mulher complexa (que são muitos!), dando a profundidade necessária de uma protagonista, que mal escrita e atuada, poderia cair na caricatura.
Em algumas situações, você pode pensar “mas como ela consegue fazer isso sem dificuldade? Ninguém vai fazer nada?”. O tom expositivo está ali, às vezes injustificado, mas isso não chega a comprometer o filme.
A direção inspirada, a montagem instigante, a trilha sonora certeira e o humor ácido têm carisma para gerar interesse pela história. Além disso, as situações retratadas são diversas, seja a aparição do carinha que quer ensinar para uma mulher o que é feminismo, seja de um grupo de homens fazendo “brincadeiras” na rua ou do desinteresse (inclusive feminino) pela versão da vítima.
Primeiro, o telespectador é envolvido pela imprevisibilidade dos passos de Cassie. Só então o filme começa a dar respostas mais claras. A personagem, aliás, é a história, uma vez que a narrativa muda a sua abordagem de acordo com os sentimentos da protagonista. Ora ele é sarcástico, ora ele ganha ares de comédia romântica, ora ele é dramático, etc.
O final é convencional. Pode parecer anticlimático, mas não pode ser acusado de ser incoerente com a história contada. A personagem poderia sim raciocinar da maneira que raciocinou. Além de tudo, ele responde à pergunta do “mas como ela consegue fazer sem isso sem dificuldade?”.
Se você busca boas surpresas em um filme, “Bela Vingança” proporciona isso (além de fazer você rir e se sentir mal). Já assistiu? Gostou do final? Conta o que achou nos comentários.
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Bela Vingança
Gênero: Suspense/ Comédia
Data de lançamento: 25 de janeiro de 2020
Diretora: Emerald Fennell
Elenco: Carey Mulligan, Bo Burnham, Alison Brie, Laverne Cox, Jennifer Coolidge, Alfred Molina e Chris Lowell
País de Origem: EUA
Bilheteria: US$ 10.2 milhões
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