A literatura brasileira ganha mais um livro nas prateleiras em 2018. Sue Hecker e Cassandra Gia criaram um romance picante em palco de circo com um ar russo. A Fênix de Fabergé conta uma história de vingança, a qual Aleksei, um russo que morou durante anos no Brasil, perde seu pai em um incêndio no circo em que o pai de Kenya comandava.
Depois de alguns anos após o acidente, o protagonista chega com um novo visual (gostoso e tatuado, como aparece na capa do livro) para fazer uma proposta à Kenya. Visto que quer que ela junte-se a ele como contorcionista como uma das atrações em seu circo. A química entre os dois é instantânea, Aleksei em narrativa de primeira pessoa, descreve muito bem as sensações que ela causa nele.
Em complicação está a presença constante do pai na menina que também é seu treinador. Como ele é uma pessoa horrível e violenta, existe constantes cenas em que Kenya é abusada fisica e mentalmente. Mas ela é ingênua demais para notar as maldades que o pai faz, passando sempre a borracha por cima das grosserias dele.
A história é cheia de conteúdo em russo com direito a explicações sucintas que dão o aparato necessário para que o leitor entenda a cena (ainda bem, porque russo é difícil). As escritoras também foram cuidadosas com as informações sobre como funciona o universo circense, desde a parte administrativa, como também a jurídica (estão de parabéns).
E o livro é bom?
Com os pontos ressaltados anteriormente, este livro, infelizmente, deixa muito a desejar. Por onde começar? Sendo bem sincera, jamais tinha lido um livro com inúmeros pontos de exclamação. Senti-me como se todos os personagens estivessem empolgados falando em seu momento. Um pouco exagerado, não?
Apesar do enredo ser interessante, os personagens estão muito longe disso. Kenya é imatura como uma adolescente (não justifica sua idade de 20 anos), há situações em que você, caro(a) leitor(a), pergunta-se que tipo de leitura é aquela. Seria um pouco mais aceitável se eles estivessem na escola, mas o ar do romance é muito juvenil.
Como se não bastasse, temos ciúmes que também se aplicam ao comentário anterior. Juro, quem lê acha que a protagonista surta sem qualquer motivo. Aleksei não é diferente, os dois nem tem nada sério e já ficam confiantes que um pertence ao outro (esse livro se passa em pleno século XXI, meninas, relação abusiva não deve ser aceita!).
Mesmo sendo mais velho, o protagonista é completamente irreal. Tem um diálogo/sermão insano com a advogada que PELO AMOR DE DEUS. Como aquilo surgiu? Além disso, o livro dá de mão beijada um discurso machista que dá ainda mais nojo do Aleksei. Na boa, não tem como salvá-lo. Confesso que desisti oficialmente deste livro, li mais da metade, porém, não tem final que melhore os erros catastróficos.
Comenta aqui embaixo se você teve a infelicidade de ler o livro e me conte como foi a experiência (compartilho com a sua dor). Quero saber :'(
Que legal…!!
Esta foi uma visita excelente, gostei muito, voltarei assim
que puder… Boa sorte..!