A Hora da sua Morte (2019)

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Nessa quarentena, eu já baixei e desinstalei uns duzentos aplicativos, procurando um pouco de entretenimento. Acredito que não tenha sido o único a fazer isso. Já pensou se nessa pesquisa, pudéssemos encontrar um app que anunciasse a hora da nossa morte? Deveríamos fugir dele ou baixar só para conferir? Essa é a premissa de “A Hora da sua morte”, o filme da resenha de hoje.

“Countdown”, no título original, tem uma premissa que fica clara nos cinco primeiro minutos da trama. Você baixa um aplicativo no celular, aceita os termos de uso sem ler, como a maioria de nós costuma fazer, descobre quanto tempo vai ter de vida e morre.

A trama se baseia na história de Quinn (Elizabeth Lail), que está curtindo o primeiro emprego como enfermeira. Ao perceber todos os colegas falando do aplicativo “Countdown”, que literalmente faz a contagem regressiva de seu tempo de vida, a personagem resolve também fazer o download. Seus colegas ficam felizes pela brincadeira, já que seus aplicativos estimam uma vida longa. Quinn não tem essa sorte toda, recebendo apenas dois dias de vida restantes.

Por que alguém levaria essa brincadeira a sério, né? Pode-se apenas desinstalar, como eu fiz com os meus duzentos apps de quarentena, e seguir em frente, pronto para o próximo download. Só que o aplicativo não pode ser excluído e Quinn também percebe a eficácia da previsão, enquanto algumas pessoas ao seu redor se vão.

Enquanto tenta descobrir como não morrer, Quinn conta com a ajuda da irmã, Jordan, e do novo amigo, Matt, também condenado a poucos dias. No caminho, figuras engraçadas como um padre nerd e um hacker aparecem, tornando o filme um tanto engraçado.

“A hora da sua morte” não é um filme ruim, mas não possui muita coisa nova. O longa tem uma temática bem semelhante ao “O Chamado”, que também se utiliza de eletrônicos para o desenvolvimento do terror. A diferença é que os smartphones são bem mais atuais que o telefone de Samara.

O filme até possui ótimas filmagens e cenas bem feitas, principalmente as com assombrações. As partes mais toscas de um filme de terror. O enredo é fraquíssimo, focando principalmente no gore leve e, vez por outra, nas piadas. Como você já sabe o que acontece desde os primeiros momentos, não tem muita coisa nova não.

A ligação entre o eletrônico e o sobrenatural também é mal feita, parece que os demônios se atualizaram, mas é só. O aplicativo é uma forma de pacto, mas não tem tanta importância além disso. Você baixa e pode trocar de celular, ou não usar nenhum, sua alma simplesmente está condenada. Cabe à personagem arrumar formas de não morrer.

Um exemplo de filme de roteiro impecável, que não se confia no sobrenatural e ainda assim conseguiu me assustar muito, é o remake do boneco Chucky, “Brinquedo Assassino” (2019).

Os momentos de humor se baseiam na aleatoriedade do padre geek, que ouve umas músicas engraçadas e fuma maconha. A piada é boa, mas é tão usada, que fica chata minutos depois. O longa poderia investir mais no humor semelhante ao “A morte te dá Parabéns” principalmente por possuir Tichina Arnold, a Rochelle de “Todo Mundo Odeia o Chris” no elenco. Tichina é uma rainha da comédia, mas não ganhou uma piada sequer, o que foi estranho de assistir.

O restante do elenco tem uma atuação boa ainda que nada demais. A irmã de Quinn, interpretada por Talitha Bateman, – a criança cadeirante de Annabelle 2 – é extremamente chata. Peter Facinelli, o pai de Edward Cullen na saga Crepúsculo, faz um médico escroto em “Countdown”, mas a atuação não difere de Carlisle Cullen, também doutor. Isso é um ponto positivo para lembrar da produção de vampiros.

“Yuri, você indicaria esse filme para alguém?”. Sim, mas já aviso para não esperar muita coisa além das piadas monótonas e do gore leve. A Diamond Films, responsável pela distribuição do longa, gastou muito na propaganda, mas o filme realmente não cumpriu as minhas expectativas. Meio decepcionante.

Falando em divulgação, um aplicativo igual ao do filme foi criado para as plataformas IOS e Android. Já vi algumas pessoas baixando e postando há um tempo, mas eu mesmo nunca tive coragem. Melhor não arriscar, né?

É isso, gente! A dica da semana está dada, fiquem em casa se puderem e tomem cuidado ao baixar aplicativos. Leiam sempre os termos antes de aceitar.

Até a próxima resenha! E um minuto de silêncio para torcer pela saúde do nosso presidente (vocês sabem que eu estou sendo irônico, mas é sempre bom explicar). Beijinhos.

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A Hora da sua morte

Gênero: Terror

Data de lançamento: 25 de outubro de 2019 (EUA), 20 de fevereiro de 2020 (Brasil)

Direção: Justin Dec

Elenco: Elizabeth Lail, Jordan Calloway, Talitha Bateman, Tichina Arnold, Peter Facinelli

País de Origem: Estados Unidos

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