A Menina do Outro Lado (2016) de Nagabe

A infinidade de títulos com crianças pode deixar um ser humano louco. Afinal, é preciso escolher bem. Pensando nisso, o Resenhas do Mundo Pop abre a semana dedicada a elas, nossas queridas crianças. Não apenas boa literatura, mas também dicas de filmes e séries. Nesta primeira resenha irão conhecer um mangá lançado em 2016 e que vem fazendo um sucesso crescente no Brasil graças à maravilhosa edição da editora Darkside.
“A menina do Outro Lado” (Totsukuni no Shoujo) de autoria do mangaká Nagabe. Traz como premissa um mundo dividido entre os de dentro e os de fora. No primeiro, seres humanos comuns que moram dentro de uma espécie de cidade rodeada de muros altos, deixando de ter contato com o exterior. No segundo, seres animalescos que possuem uma espécie de maldição que se um ser humano o fizer ficará nas mesmas condições. Porém, uma garotinha chamada Shiva mora deste lado em uma vila sozinha com um guardião animalesco conhecido como “Sensei”.
Imagem: Colorindo Nuvens

Com o passar do tempo, o deus das Trevas começou a ser chamado de forasteiro. E o deus da luz começou a ser chamado de morador de dentro. E essa foi a origem dos dois reinos.

Shiva uma menina doce que se encontra na espera de sua tia, tem em torno de 5 anos, além de aparentemente não ser amaldiçoada já que seu guardião não a deixa tocá-lo. Juntos eles tecem uma relação de respeito e amor que vai crescendo, como também, amadurecendo página a página. Obviamente os horizontes de Shiva vão se ampliando na medida que ela se aventura sozinha pelos entornos de sua casa, o qual se localiza afastada da cidade no meio de uma floresta. Dessas escapadas vamos descobrindo cada vez mais sobre o cenário que os cercam, sobre algumas figuras novas na trama.
O acolhimento que Sensei esbanja ao cuidar da menina, faz com que a leitora entenda o outro lado, visto como o lado das trevas, “do mal”, assim como, a compreensão de Shiva em conviver com uma criatura que só difere dela própria quanto à aparência, um fator irrelevante para ela.
Mesmo a obra sendo curta, há uma tristeza profunda pairando pelas páginas, o que moverá o leitor a resgatar diversas passagens mesmo após o término da leitura, pois a falta de consciência do outro, de suas particularidades e direitos é o que mais assombra no mangá.
A dose é exata e deixa aquela sensação boa de quero mais. Perguntas ficam no ar e a relação dos protagonistas cativa o leitor. Existe muito neste primeiro volume da história. Respeito, diferenças, carinho, medo, amadurecimento e devoção. Temperos que foram bem inseridos pedindo o próximo número.
Enquanto o preto e o branco predominam nas belas e minimalistas ilustrações deste mangá, as cores invadem nossos pensamentos, além de dominarem as nossas emoções durante a leitura. É tocante, é reconfortante, é encantador. Tudo isso, sem deixar de ser arrepiante, instigando-me a consumir desvairadamente os próximos volumes.
E você caro leitor, já leu esta obra? O que achou da resenha? Convido a todos que queiram conhecer uma doce menina e seu mundo incrível, para os amantes de graphic novels e, para os novatos, este volume é uma bela maneira de ingressar. Deixem uma sugestão abaixo sobre uma obra que mexeu contigo, como também, o fez ficar pensando por dias!
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Espero que gostem da escolha da vez.
Com amor,
Carolina Rozeira.
 

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