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Nós nos sentamos em um velho banco da praça. Acomodei meu corpo naquela estrutura de madeira, enquanto a garota ajeitava as pernas sutilmente. Ela se virou e começou o encontro me dizendo:
— Sabia que todas as conversas, os jeitos de agir entre as pessoas, não passa de um jogo de batalha naval?
Queria rir, mas algo me impediu. Os olhos castanhos brilhantes da garota presos na máscara branca de seu rosto, eles queriam me dizer algo, uma pequena provocação ao meu lado humanista em que todos os meus filósofos e pensadores internos começaram a se questionar sobre a verdade do comentário.
— Talvez seja porque a conversa é uma invasão e queremos dominar o outro?
O sorriso surgiu entre aqueles pequenos lábios, a voz deu corpo aos gestos rápidos daquelas mãos jovens.
— Não! Quando a gente conversa com alguém, perguntamos sobre a pessoa: seus gostos, apelos, desejos, o que for. Nisso lançamos o primeiro tiro, depois esperamos a reação do outro. Quando a pessoa responde, continua a pergunta ou até mesmo faz outra, é sinal de que acertamos uma embarcação e aí seguimos com o confronto. Se houver o silêncio, somente ele, então foi tiro na água com direito a mesma reação quando se erra no jogo. Uma frase simples, sem vida, pode fazer a outra pessoa querer desistir desse belo conflito humano de tentar se relacionar com alguém e se entregar. Seja o que for: amor ou amizade.
Ouvi tudo o que ela me disse, palavra por palavra, tim tim por tim tim. Senti que ela acertara uma embarcação importante aquela guerra. E de tão interessante reflexão, tive de dizer a ela:
— Acertou uma embarcação! Eu faço o próximo tiro?
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