Black Mirror (2011-) da Netflix

Alerta de queda profunda em uma possível “black” realidade futura!!!! Sim, meus amigos, se alguém aqui possui tendências depressivas ou é muito impressionável, não só esta resenha, como principalmente a série, é altamente não recomendável.
Ainda mais, porque fica impossível não fazer comparações com o mundo 99,9% tecnológico, no qual vivemos atualmente. Deixo esse 0,1% por conta das situações inusitadas, apresentadas nos episódios de Black Mirror.
Então daqui para frente é por sua conta e risco! rs
Inicialmente, a série foi transmitida pelo Channel 4 e em seguida comprada pela Netflix. A temática é baseada no quanto estamos “escravos” da tecnologia, ao ponto de basearmos nela, todos os setores da nossa vida. E quando eu falo todos, falo literalmente todos! É mais ou menos como se o ar fosse retirado da atmosfera terrestre!
 
Comece imaginando todo um cenário sombrio onde você pode “bater as botas” e dizer o último adeus, se não conseguir ou perder determinado número de likes, enquanto fala com um amigo. Ou se não gosta de algum serviço, ou se termina com um namorado que é o queridinho da galera.
Ou qualquer coisa, por menor que seja, desagradando a “opinião púbica”. Pronto! Basta um deslike e sua pontuação vai caindo, até um ponto onde é impossível sobreviver. Você não consegue mais credibilidade, nem mesmo para comprar “um figo podre” e por aí vai!
Esse foi um dos episódios que mais me chocou, já que na China, esse “sistema de pontuação social” está acontecendo de verdade. Se você comprar alta quantidade de bebidas alcoólicas no supermercado ou atravessar a rua fora da faixa, por exemplo, lá vai a sua pontuação para o brejo!
Não é brincadeira não! Uma simples pesquisa no “Pai Google” e verá que, conforme a pontuação cai, o pobre chinês vivente do século XXI, começa a ter problemas como: alugar um apartamento, viajar para fora do país etc. etc. 
Próximo episódio: situações insanas podem ocorrer, se em um futuro próximo você for “chipado” — coisa que está acontecendo hoje em dia, diga-se de passagem — possibilitando revisitar tudo o que viveu no presente ou em algum passado pós chipagem. Imagine se a esposa traiu o marido e esqueceu de deletar essa cena! Ele desconfia e acessa as gravações, lembrando que eles são casados e compartilham as senhas… apesar de que, mesmo apagando, tudo pode ser hackeado, não é mesmo?
 
Ainda que o chip de hoje, não dê essa opção — atentando para o fato de que eu disse “ainda” rs — não há como negar que isso já existe!…
Black Mirror finalizou a quarta temporada e eu poderia falar aqui de todos os episódios, que contam com histórias e personagens diferentes a cada episódio, absolutamente, com infindáveis pés nesta realidade atual. E em nenhuma delas, até agora, posso garantir, eu gostaria de viver. Podemos tranquilamente levar isso como um importante alerta, antes de continuarmos a depender e a endeusar tanto assim a tecnologia. Afinal, tudo tem um limite!
Porém, antes de terminar, falemos do tenebroso, obscuro e genial, último episódio da quarta temporada: Bandersnatch. Brilhante e muito bem produzida, essa trama interativa: o telespectador pode escolher qual o final que o personagem deve ter! Praticamente todo o tempo, vemos ele desconfiar de que não está no controle de suas ações, sendo até possível interagir com ele! Por isso fazemos uma comparação com a realidade: será que nós estamos MESMO no controle?! Sinistro…
 
 
E para finalizar, os fãs de Star Trek — isso inclui euzinha — vão adorar o episódio USS Callister, uma paródia muito interessante, para quem vai além de ser um simples fã, fazendo desse universo, a sua vida real.
Black Mirror tornou-se mais que uma série, para quem se atreve a embarcar em seus episódios recheados de ganchos, no mínimo alarmistas, relacionados a realidade em que vivemos. Digamos que está costurada em uma colcha de retalhos, onde você não pode retirá-la, simplesmente porque não sabe mais onde começa o tecido e onde termina o retalho…
Assim como na Matrix, o que vai ser? Pílula azul ou Pílula vermelha?

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