Castlevania (2017-) da Netflix

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Castlevania é uma franquia de jogos eletrônicos do gênero ação sombria, criada pela empresa Konami. Seu primeiro título data de 1986. É uma das principais franquias da empresa e já recebeu expansões e spin-offs em diversas mídias como light novels, livros e até mesmo a recente série animada da Netflix.

Para um bom gamer dos anos 90 e 2000, os jogos 2D de Castlevania sempre figurava entre os mais queridos dos consoles de sucesso da época. Ia do MegaDrive, Nintendo e Playstation 01, também com importância nos novos consoles. Mas a nostalgia dos jogos antigos que sempre inovavam em sua “jogabilidade” é que fez a marca ficar conhecida.

A história do jogo quase sempre se inspirou Drácula (Vlad Teps III, o empalador), baseado nessa figura que aparece no livro homônimo de Bram Stroker. Drácula, o mais poderoso dos vampiros e um mago exemplar, revive a cada 100 anos. Com ele, os poderes do mal recaem sobre o mundo, além de todos os tipos de criatura das trevas. Seus antagonistas normalmente são os membros da família Belmont, que passaram através da história se especializando em caçar monstros e sempre o enfrentam no ambiente da batalha final, o Castelo de Drácula.

A série animada baseada nos jogos buscar adaptar os principais elementos dos jogos como o ambiente medieval, a religiosidade, os monstros, o castelo, as hordas de vampiros e demônios. Há uma história nova, mas que nos faz nos lembrar os jogos antigos ou, pelo menos, é isso que esperamos.

A primeira temporada, lançada em 2017, tem bastantes elementos do jogo Curse of Darknees, por exemplo. Mas já que o nosso foco aqui no início ainda não é uma crítica, vamos para a verdadeira resenha?

Cuidado com os spoilers!

Logo no primeiro episódio, apresenta-se o principal elemento do primeiro arco da trama. Os seres humanos, em sua ingenuidade assassinam a esposa humana de Drácula. Isso o faz jurar a busca pelo fim da humanidade. Esse Drácula, poderoso, imponente e dominador havia declinado dos horrores para viver com a humana, que agira jazia morta. A série não data quando isso ocorreu, mas parece ser alguns anos ou até mesmo séculos antes do momento atual.

Logo após esse momento, somos apresentados ao personagem principal, Trevor Belmont, o último descendente vivo da casa dos Belmont, caçadores de monstros. Já não mais um jovem, mas ainda é forte. Travor largou a caça e vivia de pequenos bicos, destinando seu tempo principalmente a beber, porque estava fugindo de suas obrigações familiares. Sempre armado, treinado, não tão inteligente, Travor se prova um Belmont na batalha, estando acima de qualquer guerreiro comum em lutas.

Tudo muda quando a cidade onde Travor está é atacada por uma horda de demônios, o que o faz assumir a dianteira e lutar. As notícias chegam de que Drácula despertou e que ele quer vingança contra a humanidade. Travor se vê com isso na dúvida de seguir o caminho de sua família, ou continuar evitando brigas, mas as brigas o perseguem. Ao longo do caminho, ele conhece Sypha, uma oradora (e a melhor personagem da série na minha humilde opinião), com conhecimentos de magia, que se prova uma ótima parceira na luta contra o mau. Ambos iniciam por afinidade uma caminhada em busca de informações para saber o que está ocorrendo e o porquê dos demônios estarem atacando com mais frequência.

Ainda na primeira temporada, os dois encontram o túmulo do filho do Drácula, Alucard, e descobrem que o mesmo é um meio-vampiro que luta contra seu pai. Com as informações que Travor e Sypha precisam para compreender o que estava acontecendo, ele se torna mais um aliado para a caçada contra Drácula. A única afinidade era o objetivo fim.

Já demonstrando como será a série, a primeira temporada ambientada nesse mundo medieval cheio de monstros e com seres humanos tão horríveis quanto, demonstra alguns elementos comuns dos jogos. Cabe a nostalgia de ver Travor lutando com a famosa arma dos Belmonts, o chicote, além das cenas de Sypha, utilizando sua magia para matar.

A segunda temporada leva o trio em direção ao castelo de Drácula, que reapareceu. As criaturas da noite estão saindo de lá e atacando toda Valáquia. Pressentindo a guerra que ocorrerá, Drácula chama sua corte de vampiros com seus generais que dominam vários lugares do mundo para ajudá-lo em sua extinção humana de Valáquia. Essa nova ordem de personagens nos demonstra que há vampiros espalhados por todo o mundo, e que alguns servem ao Drácula como mestre e criador. Mas que todos podem ser potenciais traidores, pois querem ocupar seu lugar. Seus generais são mais fortes que os vampiros comuns e ordenam ataques nos vilarejos, isso os faz enfrentas diversas vezes o nosso trio na temporada.

Fora que eles ganham projeção já que dois humanos possuem raiva da humanidade. Isaac e Hector são eles que aprenderam magia dos vampiros e se tornaram mestres de forja. Essa é a denominação das pessoas que conseguem criar demônios e criaturas da noite. Apesar de fracos humanos, eles comandam o exército em quantidade que Drácula está criando para o golpe final.

Como era de se esperar, a batalha final ocorre na invasão ao castelo. Trevor armado com as melhores armas de sua família recuperadas após uma visita a sua casa, Alucard com todo o seu domínio de espadas e poderes de vampiro, e Sypha, demonstrando que sua magia é bem mais além do que imaginavam enfrentam o exército de Drácula numa das melhores cenas de animação de todo o desenho. Os episódios finais da segunda temporada são lindos visualmente, com as lutas, poderes e afins.

Sobre o fim da batalha, digo apenas que é emocionante. Não digo mais que isso.

A última temporada lançada, apesar de ser a com mais episódios, acaba se dividindo em 4 arcos.

Com Drácula contido mais uma vez, o mundo deveria mergulhar em paz, mas não foi isso que ocorreu. O exército de demônios está a solta e sem um comandante, por isso, os ataques às aldeias e às vilas são mais comuns. Trevor e Sypha saem pelo país caçando essas criaturas e em busca de novas aventuras. O foco recai sobre uma aldeia em que está ocorrendo alguns eventos estranhos e que possuem ligação com os demônios ainda a solta no mundo.

Alucard se vê obrigado a guardar o Castelo de Drácula para que ninguém mal-intencionado o utilize novamente. E a temporada trabalha bastante sua solidão e sua aversão aos seres humanos, como meio-vampiro e filho de Drácula.

Outros personagens que ganham foco são Isaac o Mestre de forja, que vivo após a batalha final, vaga pelo mundo reconstruindo seu exército, buscando vingança por aqueles que derrotaram seu mestre. Isaac, na temporada, nos entrega um ótimo conjunto de reflexões sobre a índole e humanidade das pessoas.

A personagem ainda não citada, Carmilla, uma das generais de Drácula, sobrevive e retorna para suas irmãs, Morana, a governanta, Strigga, a lutadora e Lenore, a mainova e manipuladora. Elas ganham foco, como as rainhas de um território mais a Leste da região de Drácula, em que dominam com um exército de guerreiros-vampiros. Têm a ambição de conquistarem um maior território, assim, iniciam sua caçada. Sequestram Hector, o outro mestre de forja para que ele construa para elas o novo e melhorado exercito da noite, assim dando-lhes poder para executar sua dominação, enquanto o Senhor dos vampiros não está presente.
Toda a temporada parece um prelúdio do que está por vir. Com Drácula fora do caminho, os outros vampiros querem seu lugar e buscarão conquistá-lo.

A série tem ótimos episódios. Alguns são apenas eventos do passado com ótimas explicações de seu universo e, apesar da não fidelidade completa aos jogos, isso cria um elemento surpresa. Com seus 22 episódios até então, “Castlevania” é uma ótima pedida, não apenas para aqueles que curtiam os jogos, mas para todos que gostam de uma boa animação mais adulta. A quarta temporada ainda está por vi, então, preparem-se.

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