Talvez assim como eu, você conheceu a definição de heróis como seres imaculáveis. Vibrei minha infância inteira assistindo o Homem-aranha salvar a cidade enquanto tentava trabalhar de fotógrafo e conciliar uma vida amorosa agitada. Mas a televisão aberta escondia outros problemas.
Claro, as produções eram voltadas para o público infantil que eram muito atrelados ao fator heroico das estórias. Porém, os quadrinhos não eram 100% isso. Por mais que tenham começado com a mesma ideia, passaram a ter mensagens bem profundas como algumas comparações entre Malcom X e Martin Luther King com, respectivamente, Magneto e Professor Xavier.
Outros eram casos mais aparentes como Tony Stark alcoólatra, problemas de abuso como com Jessica Jones e a Mulher-aranha, Watchmen, V de Vingança, etc. Esse mesmo arco de “amadurecimento” nas estórias vem aparecendo em filmes baseados no gênero. Diria bem mais do que isso, é uma nova repaginada no conceito de herói. Por exemplo, temos a série, The Boys (prometo ainda trazer aqui a resenha), que apresenta uma cópia da Liga da Justiça deturpada e abusadora.
A bola da vez é Code 8: Renegados, um filme ambientado num mundo aonde 4% da população é empoderada, ou seja, é um mutante com alguma habilidade especial. De uma certa glândula desses empoderados é extraído um líquido usado para produzir droga.
Fora isso, os “empoderados” não são super heróis, pelo contrário vivem na pobreza e sem registro, fazendo deles marginais na sociedade. No meio disso tudo temos Connor (Robbie Amell, o primeiro nuclear e amor da Cait de Flash), trabalhador de construções civis com seus poderes elétricos, e que mora com a mãe possuidora de uma doença terminal.
As contas são inúmeras e a escassez de dinheiro leva Connor a aceitar trabalhar para Garret (Stephen Amell, o querido Oliver Queen de Arrow). Quando Garret vê Connor usando seus poderes, percebe nele um grande potencial para crimes futuros, nascendo assim uma aliança entre os dois.
Fiz uma pesquisa e vi Code 8 em 2016 como apenas um projeto ambicioso de curta metragem no YouTube, mas já trazia os nomes do Robbie e de Sung Kang (Han da franquia Velozes e Furiosos), participantes também do longa.
Isso é interessante, pois mostra a existência de pequenas produções com boas ambientações que necessitam apenas de um bom roteirista. Code 8 – Renegados traz mais: bons efeitos especiais, cenas com muita adrenalina, personagens os quais mesmo sem dizer uma palavra são cativantes e um desfecho inesperado, mas sem sair da curva da “Jornada do Herói”.
O filme não é perfeito, as atuações são medíocres, não trazem muito peso a estória. Com certeza dou uma nota 8 para Code 8: Renegados. Resta saber e esperar agora a prometida série que vão fazer partindo do filme, abrindo assim espaço para muitas histórias.
Recomendo para quem gosta de filmes de ação com heróis que podem levar tiro. Tem medo real da morte, vivem entre os “mortais”, mas também deixo minha recomendação para qualquer espectador apreciador de filmes de ação com uma boa história. Code 8 – Renegados traz um herói com dilema de fibra moral, uma solução com gosto amargo, mas a mais correta possível.
Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão: LIBERTE-SE.