No país da desigualdade
Nós o fazemos andar
Os filhos da comunidade
Nós temos o poder de fazê-lo parar
Um burguês
Jamais vai entender
Como é caminhar todo o mês
Numa via crúcis que lhe faz sofrer
Carregar sua cruz, assim como JC fez
E não pagar alguém que levá-la para você
Nós somos do morro
E ocupamos o asfalto
Para lembra-los do filho morto
Que sempre foi amado
Sua vida saiu pelo buraco causado
Pela bala de um soldado fudido
Corrupto, ladrão e assassino
Nossas crianças
Não eram monstros
Eles eram futuros doutores
Agora são atores
De uma estatística
Assassina e racista
Mas dos morros
Ouço o lamento vermelho
De fúria, raiva e orgulho
Do nosso sangue derramado
Escute bem seu burguês
Você será o próximo Luis XVI
Sua cabeça vai rolar
Seu sangue vai jorrar
E ninguém vai lhe ajudar
Porque nenhuma monarquia vai sobrar
“ Um burguês
Jamais vai entender
Como é caminhar todo o mês
Numa via crúcis que lhe faz sofrer
Carregar sua cruz, assim como JC fez
E não pagar alguém que levá-la para você“
Impactante demais. Também e triste e pesado, por se tratar da realidade de nossa sociedade a anos, na qual a grande maioria das pessoas ignora e não fazem nada para mudar.
Obrigado, pelo comentário Meli. Sim, é uma triste realidade, esperamos que isso mude.
Poesia com conscientização. É uma pena que o racismo seja ainda uma questão tão presente. A realidade dos nossos irmãos negros me sensibiliza, doi na alma imaginar a descriminalização diária que sofrem ainda mais as vidas tiradas por “engano” porque pensou que era bandido
Obrigado pelo comentário Litera, é triste saber quantos jovens perderam sua vida por esse “engano”. #Vidasnegrasimportam
Opa, mais um poema na área. Admiro muito esse povo que tira as palavras das entranhas, bota no ar e deixa os leitores abismados com tanta emoção em poucos parágrafos. Tu retrata a realidade de um jeito tão direto e impactante. Curto muito! Obs: Espero que realmente chegue o dia que nenhuma monarquia vai sobrar.
Agradeço seus comentários, Babih. Que esse dia chegue logo.