[spb_text_block animation=”none” animation_delay=”0″ simplified_controls=”yes” custom_css_percentage=”no” padding_vertical=”0″ padding_horizontal=”0″ margin_vertical=”0″ custom_css=”margin-top: 0px;margin-bottom: 0px;” border_size=”0″ border_styling_global=”default” width=”1/1″ el_position=”first last”]
Estava no meu canto, quietinho lendo, quando surgem passos de pés pequenos. Conheço os sons de sandálias de plástico tocando o chão de pedra de forma acelerada.
Uma criança seguia a correr, movida por sua empolgação. Seus olhos gravavam tudo, observavam e, quando não entendiam, pediam ajuda ao adulto mais próximo. Nesses casos, entrava eu.
Aquele pequeno cérebro gravava e guardava tudo no fundo da sua memória. Ela se aproximava de mim. Os olhos brilhantes encontraram meu livro, meu precioso livro. Não o escondi. Suas mãozinhas o pegaram.
Meu coração gelou ao passar uma imagem na minha cabeça: as páginas sendo amassadas por aquelas mãos. Diante de mim, a criança logo capturou as folhas, sentiu sua textura, seu cheiro e, por último, tentou entender aquelas pequenas letras negras.
A criança me devolveu o objeto que tanto tocou. Meu medo se dissipou, o coração retomou às suas batidas na normalidade de sempre. E ela partiu de volta para casa.
Fiquei só outra vez, agradecendo a vivacidade do meu livro, inteiro na minha mão. Aqueles olhos de criança me fizeram acelerar seu ritmo de crescimento para ensiná-la o doce sabor da leitura.
[/spb_text_block]