(Des)encanto (2018-) da Netflix

Muita gente já sonhou em viver um conto de fadas, não é mesmo? E se ao invés da princesinha frágil e dependente – de um príncipe ou de uma fada madrinha -, eu trouxesse para vocês uma nobre alcoólatra, um demônio e um elfo? Parece promissor, admitam. Então, continua aqui comigo e vamos falar de (Des)encanto, disponível na Netflix.

(Des)encanto – tradução do inglês Disenchantment – é uma animação escrita por Matt Groening – Sim, meus queridos, o mesmo autor de “Os Simpsons” e de “Futurama”. O desenho carrega a marca visual das produções anteriores de Groening: As bocas exageradas e os olhos brancos e enooormes, tão marcantes quanto o humor irônico por meio de piadas bobas.

A história de passa na “Terra dos Sonhos” (Dreamland), onde o rei Zog governa – de forma nada sábia – a quase todos do reino: Com exceção da própria filha, Tiabeanie (Bean, para os mais íntimos). Entre mesas de bar, confusões e noitadas, a princesa parece levar uma vida louca e feliz – tirando, é claro, a saudade da mãe, mas isso vocês precisam acompanhar assistindo haha.

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Não bastasse Bean para estragar a própria vida, pessoas misteriosas até a segunda temporada se encarregam de enviar Luci, um demônio, para corromper a garota – o que não seria uma tarefa muito difícil, acreditem. Confundido com o gato falante pelas pessoas, os dois acabam se metendo em algumas aventuras, entre elas escapar de um casamento (não é spoiler, calminha).

Longe da bagunça da Terra dos Sonhos, os elfos trabalham felizes em seu reino magicamente escondido. Só que nem todos parecem gostar da rotina de doces e cantoria, desejando ao máximo fugir dali. Assim, Elfo, “o elfo”, deixa sua vida de musical medieval e sai em busca de conhecer o mundo com o seu coraçãozinho cheio de amor. Sua vida, todavia, se transforma ao conhecer a nossa princesa e seu gato-demônio.

Apesar dos pouquíssimos episódios disponíveis – 10 em cada uma das 2 temporadas -, (Des)encanto proporciona muitas risadas, principalmente por ilustrar um período onde muitos elementos cotidianos surgiram, como a criação da religião cristã. Além disso, as disparidades sociais, a ausência de higiene e as condenações à morte são rotina entre as tramas mirabolantes e repletas de uma fantasia deturpada.

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Mais uma vez, é interessante perceber a semelhança da produção com as demais obras do Matt Groening: Bean possui, claramente, as mesmas vontades de Homer (Simpsons) e Fry (Futurama), sendo chegada à bebedeira, sexo, diversão e vontade de ser amada. A diferença marcante é que além do tempo – e as obras do autor refletem, literalmente, presente, passado e futuro –, nossa protagonista é uma mulher que precisa cumprir as obrigações impostas ao seu gênero.

Cheia de críticas e da possibilidade de refletir sobre paradigmas antigos, passando pela sátira um tanto boba aos contos de fada. A produção, que já tem confirmação de uma terceira temporada, é uma ótima opção àqueles que gostam de desenho animado – que além de serem beeeem mais legais, possuem uma duração menor em relação à maioria das séries.

Entre ser “Bela, recatada e do Bar”, trabalhar para orgulhar o pai e farrear dias seguidos com os amigos, vale tudo nessa Idade Média repleta de desencantos. Só não vale ser Terraplanista, taokei?

Até a próxima resenha,

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