JRPGs são febre mundial. Temos diversos exemplos como Final Fantasy, Chrono Trigger, Persona e, o em questão, Dragon Quest. A primeira versão do jogo foi em 1980 no NES, veio sendo popular o suficiente para que seja arriscado uma adaptação do quinto jogo da série (Hand of Heavenly Bride) lançado no Brasil em 1992.
O filme começa com uma homenagem a todo o legado. Todos os personagens iniciais aparecem durante uma animação em 16 bits, incrivelmente fluida e direta. Luca, uma criança e nosso protagonista, é apresentado junto de seu pai, o rei Pankraz. Ambos buscam resgatar a mãe raptada por monstros.
Assim, corre em apresentar fatos: o rei morre, deixando o legado de resgatar a mãe. Ainda no início, somos mostrados um Luca mais velho, mas escravo dos monstros que a capturaram. Cansado da vida, querendo reencontrar a mãe, Luca resolve fugir, acompanhado de um amigo para partir em busca de uma arma lendária a qual vai ajudá-lo na luta contra o mal. Somos levados em uma aventura que atravessa não só os reinos, mas vai ser longa o suficiente para se passarem anos.
O primeiro ponto alto que gosto de perceber é a trilha sonora. Costumo dizer que a música diferente muda toda a cena. “Your History” acertou em cheio em não só apostar nas trilhas originais dos jogos (você, fã, vai entender), mas também em ter usado a Orquestra Sinfônica de Tóquio para executá-las. É tudo muito lindo e casa com cada momento exato.
Dragon Quest: Your Story tem saltos temporais muito bem definidos. Diria inclusive que possui três arcos de desenvolvimento dos personagens. Cada arco com pontos exatos de salto temporal. Esse recurso deixa a narrativa acelerada, já que a produção não possui nem duas horas de duração, entretanto toda a equipe de rodeiro e animação consegue fazer essa passagem dos anos acontecerem de forma suave.
A animação se sustenta em técnicas de 3D CGI, bem igual ao usado no último filme de Pokémon ( resenha aqui) obviamente deixam as coisas com um traço muito lindo. Tudo é bem desenhado, a narrativa acelerada faz nada além do protagonista ter muita profundidade, deixando aquele gosto um pouco curioso sobre a motivação dos outros personagens.
Preciso deixar bem claro aqui: tudo isso faz sentido nos últimos quinze minutos de filme. É sério, o final do filme é o ponto alto de toda a história! Agora se esse ponto alto depois desce ladeira a baixo, ou permanece no topo da euforia das descobertas, faço um desafio a você leitor. Assista e diga nos comentários sua opinião. Sinto de verdade que o final gere discussão se era necessário, ou não. Uma coisa eu posso afirmar: é inesperado.
“Há, mas então é uma animação para fãs?”. É, dessa vez fiquei com esse gosto de exclusividade. Por mais que o filme seja, em questões técnicas, bem produzido, ele traz personagens clássicos dos jogos sem dar uma devida apresentação, fazendo deles personagens rasos para quem não conhece “a história por trás”. Gosto de deixar as pessoas assistirem e tirarem suas próprias conclusões, mas recomendaria a animação direto para quem já conhece o quinto jogo da franquia.
Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão: LIBERTE-SE!!