Drifting Dragons (2020) da Netflix

Quando eu era menor, animes estavam sempre na minha vida. A medida que fui ficando mais velho, me afastei dessa cultura por muitos motivos os quais não valem a pena coloca-los aqui. O fato é que nenhum anime vinha me chamando atenção, talvez Boku no Hero pela sua ambientação heroica dos personagens e ser claramente uma referência a quadrinhos com super heróis. Então, procurando algo para passar o tempo nessa quarentena, me deparei com Drifting  Dragons, dentro da nossa querida Netflix. Após alguns anos resolvi dar uma segunda chance ao meu lado otaku. 

Drifting Dragons é um anime baseado em um mangá ilustrado por Taku Kuwabara, publicado em uma revista japonesa. Trata-se de uma história linear de 12 episódios, cada um por volta de 22 minutos, contando sobre o dia a dia da tripulação do Quin Zaza, um aeróstato (aqueles balões steampunk) que voa através das nuvens caçando dragões para vender a carne, os ossos, o óleo, qualquer tipo de insumo retirado da caça.

É errado dizer que há UM protagonista, quando toda a tripulação é unida como uma família e agem em conjunto no dia a dia do seu trabalho. Mas todos os acontecimentos tem alta participação de dois personagens específicos. Um deles é Mika, um jovem impulsivo aonde na primeira oportunidade se lança em sua caçada sempre pensando no quão gostoso deve ser a carne de seu alvo e nas muitas formas de preparo. A outra é Takita, uma garota nova na tripulação, a qual todo dia tenta provar seu valor para seus companheiros se esforçando nas atividades não só que envolvem a caçada, mas também nos afazeres sociais dentro do Quin Zaza. 

O anime é ótimo. Ele passa o primeiro episódio inteiro ambientando o espectador sobre os dragões, como caçar e a tripulação do Quin Zaza. Segue uma narrativa bem linear, sem altos e baixos, deixando um pouco monótono os três primeiros episódios, mas são episódios importantes construindo a tripulação.

Você percebe como é relevante a figura do capitão, do corajoso Mika utilizando perfeitamente todos os utensílios a seu favor com a importância das pessoas que trabalham no maquinário ou do cozinheiro. Todos desenvolvem funções equivalentes no decorrer da história, fazendo você se apegar a todos eles sem precisar dar uma profundidade enorme. Existem arcos nos episódios aonde vemos a evolução de alguns personagens, claro, mas isso não ofusca os outros. Pelo contrário, vemos todos agirem como suporte dando a clara sensação de união da equipe. De verdade, quando chegou o último episódio, fiquei querendo mais, mesmo sabendo que aquele foi o melhor final: possibilita uma continuação, mas me pergunto se necessita de continuação. Algumas vezes, menos é mais. 

Agora falando de questões técnicas, o anime não possui trilhas sonoras marcantes. A abertura é bem feijão com arroz, o encerramento agradeço a Netflix por permitir pular. As cenas de ação possuem a música necessária para não deixarem o momento “mudo”, também não dá um complemento notório.

A animação fica por conta de uma junção entre o traço comum de anime, quando há a figura de um dragão (e mais pra frente quero abrir um espaço para falar deles) é utilizado CGI, dando um destaque a criatura no ambiente. Quase como o dragão realmente fosse o dono do momento. O foco de todas as atenções. Mais que isso, o uso da CGI me deu a ideia de que eles fizeram o uso da tecnologia gráfica para dar mais vida às criaturas. O mover dos olhos, o respirar, os dentes ao abrir a boca… tudo se torna mais visceral do lado da besta. Analisando bem, há um porquê. 

Aqui posso falar asneira, porque não fui afundo, por outro lado já de cara percebi a clara analogia entre os caçadores de dragões com caçadores de baleias. As armas utilizadas eram arpoes, a figura da tripulação num barco, os dragões não possuem aquela aparência medieval, inglesa ou asiática da criatura.

No anime são sem assas, e morfologicamente lembram uma baleia (inclusive o som produzido). Nesse ponto me preocupa um pouco porque durante a história romantizaram a caça desses dragões, e se levada a comparação em conta, o mesmo para com a pratica de baleias.

Enfim, só queria deixar esse ponto claro se alguém não percebeu. Me diga você, pretende ver, não pretende? Já viu? Deixa aí nos comentários algo sobre. Pretendo voltar a ver animes, porque de verdade esse me deixou bem feliz com o resultado final. 

Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão: LIBERTE-SE.

8 thoughts on “Drifting Dragons (2020) da Netflix”

    1. eu também fico muito com o pé atras quanto a animes hoje em dia, mas dê uma olhada e tire suas conclusões. Depois de assistir, venha me dizer o que achou.

  1. Animes é uma das coisas mais maravilhosas que existe! Entre os meus favoritos estão: Slam Dunk, Fullmetal Alchemist Brotherhood, Hajime no Ippo e Major. Tem também o Yu yu Hakusho, que curto muito pela dublagem brasileira kkkk Antes de começar a trabalhar, eu estava acompanhando quase 200 animes, tinha até um caderninho que anotava os episódios e tal. Bom saber sobre os três primeiros episódios, para eventualmente não parar antes de continuar com os próximos. A história parece bem legal e o visual também. Essa questão de analogia a caça de baleias me deixou um pouco triste. Vou assistir!

    1. é isso! A dublagem brasileira em yuyu hakusho é otima, eles “abrasileiram” todas as frases o que faz o anime ser um clássico insubstituível

  2. Estampado Nos Livros

    Como você disse faz muito tempo também que não vejo um anime, assistia quando era criança. Acho que o último que assisti foi Death Note na escola ainda, o professor de filosofia passou pra gente no terceiro ano do ensino médio, lembro que gostei bastante e tem uma crítica muito boa. Vou tentar assistir esse que vocês indicaram parece ser muito bom (apesar dos dragões parecerem baleias kkkk), só por ter na Netflix já ajuda e anima muito a assistir.

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