Olhe para o relógio… concentre-se apenas no som da minha voz…
Se você ainda estiver lendo isso, significa que preciso assistir mais “Freud” e melhorar minha técnica de hipnose!… rs
O pai da psicanalise, Sigmund Freud, empresta o nome à mais nova atração austro-alemã da Netflix, que embora aparente ser uma biografia em forma de série sobre um dos mais famosos médicos da história; não é bem isso que o expectador irá encontrar.
Com episódios longos, de quase 1 hora, a primeira impressão é a atmosfera sombria da Europa do século XIX, uma época em que apenas viver já era difícil e penoso. Logo somos apresentados a uma figura bem diferente daquela que estamos acostumados a ver: um idoso calvo de barba branca, usando óculos.
No lugar, conhecemos um jovem Dr. Sigmund Freud, aos 30 anos de idade e, como bem disse minha irmã, quando me falou da série, um “gato!”. Ou na gíria atual um “crush!”. O médico faz uma das várias demonstrações na Universidade de Viena, tentando comprovar a eficácia de um novo método de cura para doenças mentais, a hipnose.
Enquanto ele tenta, inicialmente sem sucesso, convencer seus pares, acaba sendo envolvido em um caso de homicídio. A partir daí, a série toma ares de trama investigativa, estilo Sherlock Holmes ou detetive Hercule Poirot — personagem dos livros incríveis da Agatha Christie. Além disso, é impossível deixar de notar o clima de “terror esotérico”, mostrando um Freud interessado em reuniões pseudo mediúnicas, pautadas em cenas violentas, sempre permeadas de intenso apelo/abuso sexual.
Há muita mistura de fatos e ficção sobre a história do médico psicanalista que, certamente, conduzem bem a trama de “Freud”; como seu vício em cocaína — fato — e o relacionamento profissional/amoroso com a médium Fleur Salomé — ficção. Por isso, quem espera uma biografia irá se decepcionar. E é justamente onde eu me encaixo.
Entretanto, se você gosta de um bom suspense policial, recheado de cenas de horror, tem no “jovem Freud caçador de serial-killers”, um prato cheio! Apesar da minha preferência por biografia, contada por uma estória mais amena; não posso deixar de admitir: a atração é muito criativa nesse ponto. Ainda que ao meu ver, o roteiro tenha relegado o personagem principal ao segundo plano.
Esta é uma trama complexa, bem elaborada e que não entrega o jogo logo de cara. Repleta de questões intensas sobre a psiquê humana, como traumas, medos, vícios, memórias reprimidas e até a ameaça de um golpe de estado — ficção — protagonizado pela família austro-húngara que de fato existiu, os Szápary.
Resta a você assistir. E deixe que o restante “Freud explica”.
Confesso que não consegui passar do primeiro episódio, a narrativa não me conquistou, achei um pouco monótomo e sombrio demais…
Confesso que eu também abandonei, mas no quinto episódio… conforme falei na resenha, eu, particularmente prefiro, quando se trata de personagens reais, algo um pouco mais bibliográfico. Se é uma série e não um documentário, pode e deve ter uma trama ficcional de pano de fundo. No entanto, de fato, e aí entra o meu gosto pessoal, está sombria, violenta e pesada demais!… Ainda assim, não deixa de ser uma boa produção, para quem curte o gênero terror criminal, tanto que eu “joguei a toalha” só quinto episódio, pq realmente me deixou curiosa.