E hoje temos sexta feira 13! Achei justo trazer a vocês algo para entrar no clima. Por isso, vamos ter a prova viva daquele ditado: filho de peixe, peixinho é, pois Joe Hill é nosso alvo do dia. O filho do aclamado rei do terror Stephen King, é quem dá seu ar de (des)graças nesta resenha.
Trago o livro “Horns”, a versão brasileira primeiramente se intitulou “O Pacto”, mas pode ser encontrado como “Amaldiçoado” por causa da adaptação para o cinema onde Daniel Radcliffe interpreta o protagonista. Foi publicado em 2010 pela Editora Willian Morrow and Company nos EUA, distribuída pela Editora Arqueiro aqui no Brasil. Contém em torno de 370 páginas, seu gênero nada mais é que Terror/ Ficção sobrenatural.
Ignatius Perrish tinha tudo para ser o homem mais realizado do mundo inteiro: uma família unida, um irmão companheiro, um amigo inseparável… para fechar o pacote completo, logo na infância conheceu Merrin, o amor de sua vida. Porém, como na vida nem tudo são flores, sua amada é estuprada, logo em seguida morta. Ele passa então a ser o principal suspeito, embora não haja evidências que o incriminem, mas também não há nada que prove sua inocência.
Um ano depois do evento traumático, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça insuportável, assustando-se ao ver no espelho que, literalmente, chifres estão crescendo em sua cabeça. O mais estranho em tudo isso? Ao vê-lo, em vez de se assustarem ou achar esquisito, as pessoas entram num transe, revelando seus pecados mais podres e obscuros.
O médico, o padre, seus pais… ninguém está imune. Além disso, todos estão contra ele. Por outro lado, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade.
Sozinho Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas, sua vida se torna um inferno, além de ser o diabo não ser um todo ruim. Ele, então, percebe que pode utilizar os poderes dos seus recém adquiridos “poderes” para solucionar um crime que destruiu sua vida e lhe tirou sua alma gêmea.
Ser bom, seguir regras, rezar pelo bem parece não ter levado Ig a lugar nenhum. Quando diabo que habitava dentro dele assume o controle, concedendo um desejo para cada pessoa, volta para cobrar o que lhe devem.
Por mais que o livro tenha eventos sobrenaturais, só mascara a história de amor seguida de tragédia e desejo de vingança. Hill é capaz de deixar as pessoas mais religiosas com horror a esta história, consegue criar um herói com a imagem do maior vilão que existe no imaginário das pessoas: o demônio, Lúcifer, satanás, aquele que não se cita o nome ou qualquer que seja sua definição.
Os detalhes são ricos (alguns momentos até um pouco desnecessários), minuciosos, os personagens ao redor de Ig e suas confissões maldosas são de se ter repulsa, ao mesmo passo que o protagonista, mesmo fazendo um papel de diabo, faz com que sintamos uma tremenda empatia por todo sofrimento que ele passa. A escrita em sua maior parte do tempo é prazerosa de se ler, o enredo é fascinante, diferente e surpreendente. É o tipo de história que te faz refletir sobre a realidade, mesmo sendo um livro onde o ambiente se situa no terreno do terror.
A história, apesar de prender o leitor em certas partes, parecer passar rápido. Nos momentos de flashbacks parece que o passado surge como forma de congelar o presente do protagonista, o que dá uma estagnada na leitura, acarretando certo cansaço ao ler certos trechos. Esse problema não influencia na qualidade da obra; não faz perder o interesse na leitura, já que o filho de Stephen King é um escritor excelente. Aqui se aplica bem a frase: tal pai, tal filho!
Recomendaria bastante, até mesmo aos que temem um pouco esse gênero, pois a mensagem por trás de toda a trama é muito interessante. Além disso, tem bastante drama envolvido, mais até que a própria ficção sobrenatural.
Agora me diga você, leitor: já leu ou leria algo assim? Caso você leu: gostou do livro também? Deixe seu comentário aqui abaixo com sua opinião, ou se caso quiser nos dar uma sugestão de resenha, fique a vontade. Temos outras resenhas disponíveis por aqui, postadas todos os dias. Siga o blog no instagram @beladistopia!
Por Isabela Cabolon.
O filho do mestre, fiquei bem interessada obrigada pela ótima resenha <3
Assisti o filme e fiquei por isso mesmo.