Antes de lançar, em 2001, o aclamadíssimo A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón já havia escrito Marina, em 1999. Devido a problemas com direitos autorais, o livro só veio adentrar terras brasileiras em 2008.
A história começa nos apresentando Óscar Drai, um jovem solitário que está sumido há uma semana do internato onde residia. Como ele foi parar ali? Apenas lendo página por página que vamos entendendo o que levou até aquele momento. Narrado pelo próprio personagem, o enredo é completamente envolvente. Para distrair-se, nos finais de tarde após as aulas, sai às escondidas da escola e passeia pela cidade adentrando as ruas arruinadas e fantasiando sobre seus dias de glória.
Numa dessas andanças, ele acaba indo parar em um bairro onde, até então, nunca havia entrado, o que acaba sendo atraído pela voz que emana de um dos casarões imponentes que outrora havia sido sem dúvidas um dos mais belos da região. Uma voz doce e angelical cantando, o que Óscar não fazia a menor ideia, mas tinha a necessidade de vivenciar o que acontecia no casarão.
Chegando lá, ele ficou abobado ao descobrir que a voz maravilhosa vinha de um gramofone. Curioso, o garoto entra na casa atraído por um relógio antigo que, ao pegar para inspecionar, vê-se surpreendido por um habitante e acaba fugindo assustado, levando o relógio consigo.
Então, começa a aventura da obra, ao tentar devolver o relógio conhece Marina uma garota inteligente e incomum, amante de descobertas e com uma sabedoria invejável até mesmo para os adultos. Ela transforma a vida monocromática de Óscar para sempre, tornando-se uma das suas mais belas e pungentes recordações.
O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma. Apodrece.
O garoto inseguro e com pouca experiência de mundo, passa por transformações inimagináveis e eletrizantes, que tem como ponto de partida o momento em que ele avista uma misteriosa figura de negro pairando em um cemitério.
Nada do que eu tente falar aqui ou até mesmo explicitar irá fazer jus a todo o brilho e a majestosidade de Marina. Zafón é um exímio contador de histórias. Neste livro de quase duzentas páginas, conseguiu sintetizar um romance belíssimo – com todos os ares e nuances do primeiro amor – ao retratar uma trama de terror diabolicamente orquestrada, além de arrepiante e norteada até mesmo por uma pegada steampunk.
Narrado em primeira pessoa magistralmente por Óscar – onde o personagem apresenta suas mais doces e vis memórias ao leitor – em um ritmo contagiante, surpreendente e nada menos do que incrível. O enredo nos fala sobre vida, morte e o obscuro fio de ouro que une a existência de uma à outra.
Apesar de ser um livro de pouco menos de 200 páginas, a construção de personagens e de toda a trama é tão bem elaborada que é impossível largar apenas quando descobrir o que o levou até o momento da primeira página da obra.
Por hoje esta é a recomendação, espero que tenham se interessado em ler !
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EU SABIAAAA QUE ERA DE TERROR!
só vou ler depois de morta kkkkkkkkkk vou até tirar da estante.
Uiiiiiii que arrepios. Parei a leitura quando começou a ficar horripilante.
Recomendo um livro para a próxima resenha: A garota que não sabia ler!
Aparentemente também e terror então quero saber um pouco antes de ler.
Uma ótima resenha, parabéns!!!!
Acaba não sendo bem um TERROR, é mais um suspense a trama de fato vai ficando sinistra mas é tão eletrizante que admiro que você consiga ter parado eu pelo contrário consumi ainda mais a história.