O príncipe dragão (2018-) da Netflix

Quando se fala da animação Príncipe Dragão, fala-se em um mundo high fantasy digno de qualquer mesa de RPG aproveitar para um cenário. Produzido pela Netflix, com a criação de Aron Ehasz (Avatar a Lenda de Aang e Futurama) e Justin Richmond, O Príncipe Dragão consiste em uma série de animação (18 episódios), a qual tudo gira em torno do continente de Xadia, este regado por magia derivada das seis fontes primordiais: o sol, a lua, as estrelas, a terra, o céu e o oceano. 
 
Mas a raça humana não podia utilizar a magia oriunda de tais elementos, então, por sua vez, descobriram (ou será que desenvolveram?) uma sétima fonte de magia. A escuridão, uma energia que se alimentava de vida dos animais e criaturas mágicas. Dragões ao lado de Elfos exilaram os humanos, logo Xadia ficou dividida em duas partes na qual a fronteira era vigiada pelo Rei Dragão, Thunder.
 
Anos depois, Thunder foi morto pelos humanos, que haviam fundado reinos, e destruíram o ovo que continha quem seria seu único herdeiro. E é nesse conflito que somos apresentados aos carismáticos Ezra, Callun e Rayla. O trio principal da história. Ezra e Callun são meio irmãos, filhos do Rei Harrow. Callun, o mais velho, é apresentado como sendo treinado para se tornar forte como seu pai. 
 
Entretanto, acaba desenvolvendo uma paixão por magia. Enquanto Ezra é apenas uma criança cheia de sonhos e pureza. Os dois apesar de diferentes se amam muito e se protegem como podem. Rayla, por outro lado, é uma elfa membro de um grupo de assassinos que resolvem executar o rei Harrow como retaliação à morte de Thunder. Ela, diferente de seus colegas, é uma elfa que possui compaixão, não conseguindo executar inimigos.
 
Combates ocorrem, os quais Callun, Rayla e Ezra acabam por “acidentalmente” se juntando ao descobrirem que o ovo não foi destruído. Sem permissão alguma dos lados (elfos e humanos), os três começam uma jornada para levar o ovo, contendo o príncipe dragão de volta para casa. A partir disso, se desenrola uma trama que já vem passando por duas temporadas, além de ter uma terceira confirmada.
 
O Príncipe Dragão é mais uma história, a qual crianças são apresentadas como personagens principais e são jogadas a elas grandes importâncias narrativas. Muito além disso, a animação aposta em vários fatores diferenciados.
 
O primeiro deles é representatividade (não, representatividade nunca é de mais). Temos personagens não só das mais diversas etnias, mas também temos representação de outras formas como uma personagem (que inclusive posso dizer ser uma das melhores na minha opinião) que consegue ter uma presença narrativa gigantesca sem dizer uma única palavra por ser muda. 
 
E não, esse fator na série não é usado como forma de “lacração” ou usado como foco da história, mas sim apresenta isso como se, em Xadia, os humanos se respeitassem mais. Tudo isso é lidado como a maior naturalidade.
 
O segundo ponto (o que acaba sendo um pouco o primeiro também) temos personagens super diferenciados, bem marcados, que vão se aprofundando cada vez mais. Eu não me refiro apenas ao trio principal, mas o tempo todo “de fundo” outros personagens se apresentam, ainda que, por mais curta que seja a aparição deles, você fica com saudades. Exemplo bom, é um marinheiro cego dos dois olhos que viaja só com seu papagaio e consegue “sentir o vento”.
 
Terceiro ponto são os cenários. Príncipe Dragão acaba por narrar uma viagem, porém, de forma alguma, a viagem se torna cansativa de se ver. Você passa por vários cenários (não unicamente floresta e floresta), uma vez que você fica encantado e até mesmo curioso por conhecer cada vez mais o continente.
 
Saindo um pouco da narrativa, também é preciso falar da qualidade visual da animação. A série apostou em uma animação computadorizada de modelagem 3D mesclada com pintura manual. A primeira temporada houve, perceptível para muitos, um certo “lag” em alguns momentos, o qual foi revelado ter sido proposital para ajustar a animação (um problema mínimo, mas incomodante certas vezes). Contudo, na segunda temporada fora resolvido. Eliminando esse problema técnico, contou-se com uma animação ótima que empolga nos combates e encanta nos cenários.
 
Príncipe Dragão é recomendável para: qualquer pessoa que adore imersão em um mundo fantasioso; ou se você é como eu e adora esse clichê de crianças/adolescentes que salvam um mundo de fantasia, o qual ironicamente os adultos estão tentando destruir. Poderia facilmente passar horas falando só dos personagens bem desenvolvidos da história, como a maga Claudia que a cada episódio da segunda temporada salteia entre bem e mal, assumindo uma personalidade bem cinza na história. 
 
Sim, confesso, torci muitas vezes por ela. Ou o seu pai, o mago Viren, apresentado como o conselheiro do Rei Harrow e vilão, mas que, na segunda temporada, você passa a entender mais sobre. Tornando-se mais um “vilão” que no fim do dia ganha sua torcida.
 
Estamos falando de elfos, dragões, magia e reinos. E sinceramente? É bem difícil alguém não se sentir ótimo ao viajar por uma história assim.
 
Eu sou o valente Asan que aceitou essa missão. Liberte-se.

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