A trama gira ao redor de Goreng (Iván Massaguê), um rapaz que se ofereceu para ser cobaia do experimento social de passar um período de tempo dentro da prisão, o poço. As regras são muito simples, você fica em um nível dentro dessa prisão junto de um parceiro, todos os dias do nível 0 parte uma mesa cheia de comida que cruza todos os andares. Nesse tempo, deve se alimentar com o que pode, os restos seguem ao próximo nível até o último.
Tudo segue de boas, o parceiro dele, Trimagasi (Zorion Eguileor), um senhor de idade que explica como funciona aquilo, inclusive o descaso entre os vizinhos de cima e os de baixo, somente devendo o máximo que podem comer e até atrapalhar o próximo. Mas a situação muda drasticamente quando pessoas dos andares superiores começam a se jogar, e o nosso herói se questiona como sair dali.
O enredo de “O Poço” é rico em uma crítica social sobre a desigualdade, podemos imaginar isso quando os grupos mais próximos da entrada de alimentos comem o quanto querem e, por sua vez, os últimos não tem acesso a nada. O filme mostra a individualidade humana em momentos de crise, que se amplifica e somente se importa com sua sobrevivência não deixando o outro se garantir, ou simplificando em uma frase, “carne pouca, meu prato primeiro”.
Por efeito dessa frase, somos apresentados a cenas de carregadas de sangue, porque quando a “carne é pouca”, devemos lutar por ela, ou seja, somos apresentados a cenas de canibalismo. Isso é que o próprio trailer nos conta. Quando somos apresentados ao plot twist da história, a groselha aumenta seu matiz e escorre com gosto. Nesse tempo também somos abençoados por uma reflexão sobre o pensar no próximo, mas isso guardo pra ti que for assistir.
Além disso, não podemos ter esse clima sem a presença dos atores. Dois primeiros que somos apresentados a dupla, o jovem Goreng e senhor Trimagasi, ambos possuem uma química que garante um clima mais leve no início do longa, fazendo ecoar risos no meio do suspense. Porém Goreng, ou melhor, Iván Massaguê, vai nos guiando e nos mostra gradativamente um conflito entre ideais, tentar sobreviver ou ajudar a todos, aguentar de jejum ou tentar o canibalismo, eis a questão.
Bom, anteriormente havia citado o gore como fator de sobrevivência, mas há um conjunto de cenas enojadas dentro da produção. Imagine o cenário, pratos remexidos, alguns pisados e o som das mastigações, mãos sem lavar, a produção capricha excelentemente nas sensações empregadas no público, causando forte desconforto.
“O poço” é uma produção de ficção científica bem forte, muito realista. Logo de cara já te prende fazendo querer saber qual o final, mas por terem cenas de violência não recomendo a pessoas sensíveis, podem se chocar. Agora, se querem ver algo real e reflexivo, sem querer ser, ao mesmo tempo eletrizante e tenso, crianças liguem a Netflix, porque “O Poço” está no ar!
Antes de finalizar quero dizer que com esse surto de corona vírus. Por favor, peço aos leitores que continuem sendo gentis e se forem ao mercado, comprem ao necessário. Afinal, nunca sabemos quando nossa realidade pode virar a do filme resenhado.
Bom, crianças, o tio vai ficando por aqui. Lembrem-se: assistam bons filmes, leiam bons livros e comam frutas!
Até a próxima resenha!
Parabéns!!!
Ótimo site.
Desejo-lhes sucesso.