Roubada (1985) de Lesley Pearse

“E se seu caminho fosse apagado? E se tirassem de você a pessoa que mais ama? E se suas lembranças fossem apagadas?”

 

É com essa chamada que a capa de Roubada já me chamou a atenção, isso sem contar com a beleza da capa em si, além da sinopse instigadora. Dessa forma, eu fiquei louca para ler, decidi que seria o meu primeiro livro desta autora que leria e certamente não pude escolher um livro melhor.
Roubada é daqueles livro que você vai encontrar vários quotes marcantes para colocar nas redes sociais, trazendo grandes pensamentos sobre a vida e as pessoas. Para ser sincera, eu marquei apenas uns 6 quotes que me marcaram, vale ressaltar que  sinceramente, nenhuma outra história me fez sentir tão envolvida pelos acontecimentos e pela intensidade da narrativa.
Lotte Wainright é uma jovem que foi encontrada numa praia em um condado da Inglaterra, chamado Sussex. Ela não tem memórias de quem é ou de como foi parar naquele local, mas ao aparecer nos jornais locais, uma antiga amiga, Dale Moore vai até a polícia ajudar a identificá-la, uma vez que a reconhece. É aí que a história verdadeiramente começa.
A partir de relatos de seus amigos, assim como, de pequenos detalhes, como uma fotografia, uma blusa cor de rosa ou um cheiro é que Lotte vai lembrando sua vida. Sua infância, como ela conheceu seus amigos Adam e Simon e também como ela foi parar no navio de Cruzeiro que conheceu Dale e Scott. Principalmente, o que a levou a ter aparecido daquele jeito numa praia? Afinal, por quais horrores ela pode ter passado? Por que queriam matá-la?
É um livro que mostra o quanto um ser humano pode ser cruel com outro ser humano, o quanto as pessoas podem ser egoísta, mas, acima de tudo, é um livro que mostra que a amizade é a coisa mais importante que existe e que você só sabe do que é capaz, quando se é testado.
Lotte é uma pessoa admirável, que passou por poucas e boas desde a sua infância, e mesmo assim, não perdeu sua essência… mesmo que depois de tudo que ela passou ela tivesse seus motivos para ser cruel com os outros foram com elas. Mas definitivamente, os demais personagens; Dale, Scott, David, Simon e Adam, me conquistaram eternamente. Isso sem contar com o Bryan, que foi um dos detetives mais humanos que eu já encontrei em livros, apesar de achar que algumas vezes ele poderia ter feito mais.
A história tem uma narrativa ágil com momentos passados no presente e momentos do passado, que explicam o passado de outros personagens além da protagonista. É uma narrativa que te captura desde a primeira página, a cada instante te surpreende mais pela natureza dos acontecimentos. Quando você pensa que nada mais vai te surpreender, você se surpreende.
Um dos pontos altos do livro fica por conta da facilidade da autora em trocar o foco narrativo, fazendo com que o leitor possa saber o que determinada situação significa para as diversas personagens. Outro aspecto positivo são as notas de rodapé, as quais ajudam a situar sobre locais, objetos e atrações citados.
O grande problema da obra é em relação à revisão. É possível encontrar significativos erros de digitação, que envolvem pontuação, acentuação, troca de letras e até mesmo frases que, pela ausência ou acréscimo de palavras, ficam sem sentido. Outro aspecto que deixou um pouco a desejar foi o final. Não que seja ruim, mas com toda a certeza deixa o leitor com “gosto de quero mais”
“Roubada” não é indicado apenas para quem gosta de suspense policial, mas para quem está disposto a se deparar, por algumas horas, com dramas pessoais e familiares. Também não pode ser considerado para todo o público devido às cenas de sexo e à enorme carga dramática. Ao escolher essa obra, o leitor deve estar disposto a se envolver profundamente, além de aprender com Lotte que sempre é possível se redescobrir. E vocês leitores do outro lado da tela, tem alguma obra do gênero para me indicar? 

 

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