The Last Kingdom (2015-) da Netflix

I am Uhtred son of Uhtred.
 
Quem assiste a série The Last Kingdom está mais do que familiarizado com essa frase, início de cada capítulo, no resumo dos acontecimentos anteriores. 
Logo se você, também leu a famosa saga de Bernard Cornwell, “As Crônicas Saxônicas”, o livro que deu origem a série, como não poderia deixar de ser, inicia a narrativa exatamente com a mesma frase “pragmática”, digamos assim.
O jovem Uhtred é a quarta geração de uma família tradicional de nobres “ingleses”, a usar o mesmo nome mas, ele tem o azar de que, quando chega a sua vez de assumir o pequeno reinado, o pai é assassinado em uma das costumeiras invasões vikings que, aconteciam aos montes, quando a Inglaterra ainda não existia. 
E, como se não bastasse, ele também perde a joia da família, a Fortaleza de Bebbanburg. A partir desse dia, sua vida nunca mais será a mesma, já que além do juramento para recuperar a honra e a propriedade da família, o garoto, cresce no meio dos nórdicos e, acaba transitando, bem até demais, entre dois mundos que são, naquela época, naturalmente incompatíveis.
Essa é a grande sacada do personagem: de que lado ele ficará? Será possível ele manter-se fiel a sua promessa, depois de se envolver tanto com nórdicos e ingleses?
Além disso, é bom ressaltar que, The Last Kingdom, tem como cenário principal, o surgimento da Inglaterra, através da saga de Uhtred, filho de Uhtred, para reaver o Reino da Nortúmbria, onde localiza-se a fortaleza da família.
Lembrando que, aos 12 anos, quando seu pai é assassinado por vikings, ele é levado como prisioneiro. Porém, acaba vivendo como se fosse dinamarquês, virando um dos filhos de, ninguém menos que, El Ragnar. Simmmm, você já ouviu esse nome na série Vikings, embora, dizem, não ser exatamente a mesma pessoa.
O grande diferencial dessa série, na minha humilde opinião, além da produção impecável, figurinos, cenários etc., é por ser uma trama histórica, de fato. Ela é fiel, ao máximo possível, a fatos reais e aos seres humanos que viveram nessa época, com todos os medos, códigos de ética, violência, misérias e aprendizados. Uma coisa que não acontece em Vikings, por exemplo. 
Ainda que, igualmente, seja fã de carteirinha, noto que em The Last Kingdom, não há a tentativa de supervalorizar ou romancear, no sentido de fantasiar — rimas a parte — nenhum dos personagens: sejam guerreiros, ingleses ou nórdicos. Todos têm seu lado, bom, ruim, violento, medroso e tudo o que compõe a psique humana. Por mais enfurecido que seja um viking, em algum momento ele vai recuar ou se amedrontar. Da mesma forma acontece com quem sempre recua, uma hora a opressão, gera aquela coragem e, “vamos para as cabeças”! 
Ninguém é 100% bom ou mal e, vemos isso, ser bem explorado na série, em várias situações. Na relação de Uhtred e Rei Alfredo: eles claramente se admiram e sentem uma forte amizade mútua. Contudo, as crenças e os costumes tão distintos provocam sentimentos e ações nem sempre de acordo com o que realmente vai em seus corações. 
Não existem mocinhos e vilões, são todos humanos vivendo, errando e aprendendo de acordo com a época na qual se encontram e, essa sensibilidade em desconstruir estereótipos, passa uma veracidade irresistível para quem assiste. É como o refrão da música do Ira, inevitavelmente, “eu quero sempre mais”!…
Para quem assiste Vikings, The Last Kingdom vem antes na time line; você verá como, por quê e por quem a Inglaterra se formou, além de romancezinhos aqui e ali… também não é uma série muito violenta — ainda bem! Aliás, outro ponto forte da direção que, utiliza magistralmente as câmeras, mostrando o suficiente, sem perder o clima medieval, a era mais trevosa da história.
No mais, agora falando para as meninas: quem não gostaria de ter um Uhtred, como diria o Kid Abelha, “Na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê?” Ui!…
 
Boa série pessoal e lembrem-se:
Destiny is all! 

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