Toy Story 4 (2019)

Há 24 anos, a Pixar apresentava aos cinemas mundiais o longa a ser considerado o primeiro a utilizar a tecnologia de computação gráfica na história (embora haja controvérsias). “Toy Story – Um mundo de aventuras” brindava o cinema com o melhor da tecnologia e com um enredo também inédito.

Em um mundo onde brinquedos ganham vida e possuem sentimentos análogos aos de seres humanos, Woody, um xerife cowboy (“Tem uma cobra na minha bota!”), é o brinquedo predileto de Andy e, junto ao seu amigo viajante estelar Buzz Lightyear! – “Ao infinito… E além!” e outros brinquedos, aventura-se para além do quarto de Andy.

Quem não se lembra da cena onde Woody tenta convencer Buzz de que ele é um brinquedo? “VOCÊ – É – UM – BRINQUEDO!” (por favor, leia isso com a voz do Woody haha e guarde essa informação). Vários personagens marcaram a história como Sra. e Sr. Cabeça de Batata, Rex, Slinky, Betty, Sargento, Porquinho, tornando-a única. O longa fez tanto sucesso que ganhou mais duas sequências nas quais personagens muito queridos foram acrescidos, como Jessie, Bala no Alvo, Bomnie, Unicórnio Buttercup, Trixie e Espeto.

Por fim, chegamos ao ano de 2019, o qual, após nove anos de muita ansiedade e especulação, a senhorita Pixar nos presenteia com uma das animações mais belas atualmente. Toy Story 4. Como se arrancar quantidades significativas de lágrimas de todos que assistiram Toy Story 3 não fosse o suficiente, ele chega para coroar essa franquia que marcou a infância de muita gente.

O ponto de partida é um flashback de nove anos atrás (exatamente) onde os brinquedos tentam resgatar C.R. em uma noite chuvosa e recebem a triste notícia de que Betty, seu abajur e suas ovelhas foram vendidas. De volta para o presente, o Woody enfrenta o dilema de ser “esquecido” e “substituído” por Bonnie em suas brincadeiras.

Dessa vez, nos deparamos novamente com o dilema “crianças têm que crescer”, pois Bonnie precisa se adaptar ao primeiro dia de aula na nova escola sem a presença de seus brinquedos. Woody continua com seu espírito de xerife protetor e a acompanha escondido na mochila. Lá, ele tenta de todas as formas fazer com que Bonnie se sinta confortável e, numa dessas, um novo personagem aparece: o Garfinho.

Não nascido no “berço de ouro dos brinquedos”, ele assume vida após ser amavelmente confeccionado pela garotinha. Embora receba todo o amor e carinho que se dá a um brinquedo ele acredita piamente que é um um garfo descartável, ou seja, um “lixo” e não um brinquedo. Novamente, Woody tem a difícil tarefa de convencer um brinquedo de que é um brinquedo (acho que é o karma do nosso xerife hahaha).

Diferentemente dos outros filmes, esse trata a história e os conflitos de Woody de uma maneira especial, focando em seus dilemas, questionamentos e preocupações a respeito do seu papel na vida de Bonnie e como brinquedo, em geral. A carga emocional do filme é extremamente densa e as mensagens passadas por ele são singelas e muito significativas.

Não trata-se apenas de uma busca por um brinquedo, mas por si mesmo. Woody se vê perdido e, é perdendo-se que ele acaba se encontrando. Cada personagem foi tratado de maneira especial e dentro do contexto do filme, sem deixar a comédia de lado (pra mim, esse foi um dos filmes mais engraçados da franquia).

Toy Story 4 mostra que o valor e o significado das coisas é o que damos a elas e isso fica muito claro no personagem do Garfinho. Também nos faz refletir sobre o significado de amar. Woody ama Bonnie e seus amigos, mas isso não quer dizer que tem que estar ao lado deles para sempre. Tendo cumprido sua tarefa, é hora de dar lugar a outros que darão e receberão o mesmo amor e carinho que ele já deu e recebeu.
Durante a busca por Garfinho, Woody encontra outros brinquedos que enfrentam conflitos semelhantes ao dele, como a boneca Gabby-Gabby (confesso que ela me deu medo hahaha) e sua “crush” Betty – que, aliás, ressurge com uma personalidade forte e decidida, usando calças e chefiando um grupo de brinquedos “perdidos” (eu amei muito essa caracterização!).

A mensagem do filme é muito enfática no tema amizade, união e a temida hora de dizer “Adeus”. Ademais, tudo foi feito prezando os detalhes, as expressões nos rostos dos brinquedos, os sentimentos que permeavam sua “mente”, enfim, absolutamente tudo foi feito com muita perfeição. O filme termina com uma importante decisão de Woody e sem deixar pistas sobre uma futura continuação (dessa vez, não vou reclamar, pois o desfecho foi muito bom!).

Se você estava com dúvidas sobre assistir ou não Toy Story 4, eu recomendo que vá ver sem medo. Mesmo sendo difícil manter a qualidade de uma franquia sem perder o ritmo, a essência e ainda sim, trazendo algo novo, a Pixar conseguiu, senhoras e senhores!

O filme é lindo e merece ser visto. Se você já viu, quantos litros chorou? Hahaha. Se ainda não, ficou com vontade de ver?

Termino aqui com mais um trecho dessa linda trilha sonora:

O tempo vai passar

Os anos vão confirmar

As três palavras que proferi

Amigo, estou aqui!

Amigo, estou aqui!

Amigo, estou aqui!

Ao infinito……. E além!

Por Agnes Rufino.

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