A grande luta (2020) da Netflix

De um lado, pesando alguns quilos de um filme leve com uma história familiar. Do outro, furos narrativos e pastelão do enredo. Hoje venho até vocês com “A grande luta” que tinha tudo para dar bom, mas infelizmente é mais um caso de pesagens nos elementos mágicos transformando o enredo em um exagero infantil.
Leo Thompson (Seth Car) é uma criança de onze anos possuidora de um enorme sonho: tornar-se o astro da luta livre. Mas como todo bom filme (ou nem tanto) envolvendo um protagonista escolar, Leo é um garoto franzino e “não descolado”, sem confiança no colégio e na vida.
Vive com o pai (Adam Pally), um aprendiz na função paterna e a avó, (Tichina Arnold, a eterna “mãe do Chris”) quase irmã do menino. Em um certo dia, enquanto nosso protagonista fugia de valentões típicos, acaba por encontrar uma máscara de luta livre mágica. Desse ponto em diante surge o alter ego de Leo, o Kid Caos, um lutador com super poderes dignos de orgulhar o Superman para participar de um torneio.
O filme começa bem. Lembrou-me um pouco as estórias antigas do Homem-Aranha (inclusive a cena da “luta livre numa gaiola” é particularmente bem parecida com ao primeiro filme do Peter), e tudo iria ser ótimo, se o roteirista não se perdesse nos pontos chaves.
Não tenho problema nenhum com produções voltadas para o público infantil, entretanto “A grande luta” peca e faz do seu roteiro bobo e fraco. Ser previsível não é um ponto ruim, mas o filme tem o intuito de ser uma grande propaganda do WWE (aquele programa americano de “encenações de luta”) e só. Seth carrega o desenrolar da estória bem, é um ator que consegue transmitir carisma no personagem, mas o filme é apenas mais um, futuramente, apagado da memória.
Por outro lado, o longa tenha acertado no seu objetivo. A leveza faz dele um clássico filme “Sessão da tarde”, plausível de repetições em horários muito vagos. Por ser uma enorme propaganda de outro programa, temos assim uma apresentação justa e chamativa do WWE. Admito ficar até curioso de conhecer pelo menos os inúmeros nomes criativos dos personagens que atuam nesse ambiente de luta livre coreografada.
No fim, recomendo o filme, como dito anteriormente, se você é fã do WWE ou pelo menos tem umas 2 horas livres para assistir qualquer coisa. Tenho certeza que no atual cenário de serviços de streamings existentes que somos bombardeados por produções, filmes desse jeito se perdem muito fácil.
O tempo cada vez mais curto faz as pessoas se tornarem seletivas, serem atraídas muito mais que apenas por um nome conhecido, como “olha, a mãe do Chris está no filme” ou efeitos digitais mirabolantes. Sempre bato na mesma tecla, um enredo bem trabalhado sempre vai atrair espectadores, independente do resto.
Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão! LIBERTE-SE!

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