Alguém tem que morrer (2020) da Netflix

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“Alguien tiene que morir”, no original, é uma minissérie hispano-mexicana da Netflix. Foi criada pelo roteirista e diretor Manolo Caro, e estreou em outubro desse ano. Se você gosta de séries espanholas, talvez não estranhe encontrar uma ou outra figura conhecida, como a atriz Ester Expósito de “Elite” (2018-presente).

Ao ter como plano de fundo uma Espanha conservadora dos anos 1950, somos apresentados a família Falcón. Um dos integrantes dessa família, Gabino é chamado a voltar a seu país, após dez anos morando no México. No entanto, o que ninguém esperava era que ele viria acompanhado de um amigo e que isso estremeceria a relação de todos na casa.

É uma minissérie bem feita no quesito técnico. A reconstituição de época é verossímil, não só quanto as caracterizações ou locações, mas também quanto ao contexto político-social. Apesar de servir como plano de fundo, conseguimos entender aquela sociedade, levando em conta que a série trata de questões como racismo, machismo e homofobia.

Esta última questão é a mais predominante dentro das limitações do roteiro. Há algumas cenas pesadas, que demonstram o preconceito de uma época em que a homossexualidade era considerada crime, mas todas bem produzidas no geral. Sem dar spoiler, o tema foi tratado de diversas perspectivas através de diversos personagens, tornando a abordagem profunda.

Apesar disso, o desenvolvimento de outras tramas ou personagens poderia ser melhor desenvolvido. Não é que não houve desenvolvimento, mas a impressão que fica é que três episódios foram poucos. Os inserts também não ajudaram. Essas cenas que materializavam os sentimentos dos personagens soaram desnecessárias e deram um ar de melodrama prejudicial.

O tipo de obra também foi outro fator prejudicial. No formato de um filme ou de uma minissérie de mais capítulos, “Alguém tem que morrer” poderia aumentar a tensão faltante no desenvolvimento ou teria mais tempo para que algumas camadas dos personagens fossem mais exploradas.

A atuação do elenco atende as necessidades da história, mas três foram pontos fora da curva: Carlos Cuevas, como um indivíduo cheio de conflitos internos, Cecilia Suárez, como uma matriarca submissa e Mariola Fuentes como a sofrida Rosário. Apesar das limitações do roteiro, os atores souberam entender o caráter dúbio de cada um.

É uma minissérie, portanto seus três capítulos de, em média, quarenta minutos cada, não têm continuação. Talvez a obra não atenda as expectativas de quem procure dinamismo ou muita tensão, mas você conseguirá se surpreender com alguns plots inesperados. No entanto, o final pode causar certa frustração, então esteja avisado, rs.

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Alguém tem que morrer

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