Hoje teve um enterro Vi as pessoas de preto E uma bandeira de arco-íris no caixão Foi mais Morto pelas nuvens negras Da indiferença e do preconceito Que o fecharam Ele morreu Por apenas mostrar suas cores De liberdade, de ser ele de verdade Mas aqueles que escondem Seus desejos o mataram Tiraram seu brilho […]
Tempo certo Saberei o que fazer Tudo me será dito O sino vai bater O destino vai me fazer escrever Seus olhos irão me conhecer As marcas serão dadas Os amores sairão de suas celas A coragem sentará na sela O amor está na linha de chegada O tempo tão sabido Guarda tudo no seu
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E nesses dias não convencionais Usando algemas apertadas O exílio é um caminho sem volta Medo que acompanha o inevitável Tudo que posso dizer é “VAI PASSAR” Outra vez, na televisão, uma notícia popular De que não devemos sair de casa Mas, outra vez, “VAI PASSAR” As lágrimas nos seus olhos Essa melancolia familiar
O dia no seu dia a dia Preso no cotidiano É igual a pular corda Fazendo tudo de novo e novo Uma fábrica de igualdade Acordar, trabalhar ou estudar Às vezes, esperar sua atenção para dar E quando possível, descansar Quando paro pra respirar E me sento afim de descansar Ponho meus fones de ouvido
No país da desigualdade Nós o fazemos andar Os filhos da comunidade Nós temos o poder de fazê-lo parar Um burguês Jamais vai entender Como é caminhar todo o mês Numa via crúcis que lhe faz sofrer Carregar sua cruz, assim como JC fez E não pagar alguém que levá-la para você Nós somos do
O copo vem rodando Cheio até o topo Mas cheio do quê? Vodka, whisky, cerveja? Não Solidão e medo Que beijam a boca da juventude Sugando todo a nossa saúde A bebedeira desse sentimento Nos torna nulos De qualquer pensamento Nos transformando em servos Servos do silêncio Eles não pensam dessa foram Acham que devemos
Acordou pontualmente às oito da manhã. Nada de atrasos, os dois meses em que acordava após o meio dia foram suficientes. Correu para o chuveiro e deixou a água percorrer o corpo, que ganhou algumas curvas adicionais com o isolamento social. A depilação também se recusou a ficar trancada em casa e os pelos aproveitaram
Aos donos da República Meu manifesto Parem de nos matar De beber o sangue de pretos e pardos Somos filhos da mesma terra Oh, mãe gentil Que foi violentada Na flor do descobrimento Por estrangeiros donos do dinheiro E hoje, depois da roda rodada Da luta e sangue derramados De tantas lágrimas choradas O mesmo
Meu grito de liberdade Ecoa nas quatro paredes Do meu pequeno mundo Só queria ser livre Voar por aí Sem ser julgado por ninguém Não ser preso Numa gaiola de costumes E me corromper com a dúvida De quem eu sou? Sou jovem Tenho o sangue colorido Sou negro, branco, amarelo e vermelho Mas todos
