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Atenção!
Esta resenha contém spoilers e o filme é indicado para maiores de 16 anos.
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Como sentar e falar de um filme que gerou o cancelamento da Netflix? Bom, antes de mais nada, decidi fazer uma análise do filme para que você, caro(a) leitor(a), entenda a mensagem da forma que a diretora, Maïmouna Doucouré, quis passar (confira a entrevista aqui). Sem brigas e hates gratuitos, okay? Tem espaço para todo mundo compartilhar suas experiências. Afinal, a proposta da produção é essa.
O filme foi lançado nesse mês de Setembro e tem uma produção francesa, além de contar com um elenco formado por Fathia Youssouf, Maïmouna Gueye, Esther Gohourou, Ilanah Cami-Goursolas e Medina El Aidi.
A história conta sobre Amy, uma muçulmana de 11 anos que vive com a mãe e o irmão mais novo. Dentro de casa, a situação está abalada pela notícia que seu pai vai casar com uma segunda esposa (o que é permitido no Islã). Fora dela, a garota vê a drástica mudança entre as garotas da sua idade, já que estão na fase de “se tornarem mulheres”.
A presença da vizinha de Amy, que também da mesma idade dela, mostrou-a sobre um mundo desconhecido da internet. Claro, no caso da nossa protagonista, era porque estava limitada por não ter a mesma acessibilidade que outras meninas de 11 anos, mas isso mudou quando ela roubou um telefone e embarcou nas redes sociais.
Nossa protagonista passa por um processo de autoconhecimento, a construção da “maturidade” pelos próprios olhos. Como qualquer garota que está em fase de transição da atualidade em todo o mundo, quer entender sobre as mudanças do seu corpo. Sua vontade constante em se comparar com outras garotas mais velhas, assim, como também, pessoas da mídia. Todas maiores.
Maquiagem, roupas e movimentos, tudo é um reflexo do que é disponibilizado desde cedo para jovens como Amy, bastam alguns cliques. Nos detalhes é nos mostrado (a realidade) a falta de um adulto para ensinar essa importante transição. É fato. É real. E dói.
A diretora fez uma entrevista que contou sobre a experiência de produzir “Cuties”, o filme que refletiu na realidade dela e de muitas garotas. Mas não precisamos ir muito distante, conte o filme para grupos de crianças brasileiras nas mesmas condições de Amy e suas amigas e verá o resultado.
É um verdadeiro tapa na cara da sociedade que se descuida do desenvolvimento dessas crianças. Muitas cenas de dança eram duras de se ver, mas reais para quem já viu concursos de dança dessa faixa etária. As inspirações não têm controle e mostra o quanto os adultos estão ausentes em todo o processo.
A produção alternou as imagens das danças com momentos estranhos e caretas que as atrizes faziam para suavizar as cenas, mas, ainda assim, é de se chocar. Quem inspira seu filho ou sua filha? Essa pergunta diz bastante sobre o desejo de Amy de se tornar uma mulher. Quantas vezes ela batia nessa mesma tecla?
Sim, aí está a resposta. Nossa protagonista passou a se ver como uma, a tentar se comportar como uma. Bom, com a imagem que Amy criou de uma mulher, aquela que construiu através do que via pelo telefone.
Assim, vemos um drama crítico que vai alfinetar quem não está preparadx. Por isso, se você não curtiu, corra do filme e procure outros com uma temática diferente que estão disponíveis no Bela Distopia! Tem para todos os gostos (:
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Cuties
Gênero: Drama
Data de lançamento: 19 de Agosto de 2020
Diretor: Maïmouna Doucouré
Elenco: Fathia Youssouf, Médina El Aidi-Azouni, Esther Gohourou, Ilanah Cami-Goursolas e Maïmouna Gueye
País de Origem: França
Network: Netflix
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Assim que arrajar tempo, vou conferir ele.
Confere para a gente trocar figurinha (: