Começando pela história, acompanhamos a típica premissa de um caso envolvendo a morte de alguém. Aqui, acompanhamos a morte inesperada de um famoso autor de livros de mistério chamado Harlan (Christopher Plummer) em seu aniversário de 85 anos de idade. Com isso, todos ao seu redor são suspeitos, temos a sua ENORME família além de sua enfermeira. Para resolver o caso, o famoso detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) é contratado, o que parece ser um claro suicídio pode não ser tão claro assim na visão do detetive.
Quem, dentre uma longa lista de inquilinos pode ter matado Harlan? Essa é a grande pergunta a ser respondida.
Preciso dizer que fui assistir esse filme sem muitas expectativas a não ser pelo elenco de peso que se faz presente, vemos Daniel Craig, Chris Evans, Jamie Lee Curtis (quem lembra de Sexta-Feira Muito Louca?), assim como a musa de Hereditário, Toni Collette, todos com seus personagens pra lá de caricatos.
Adorei as atuações, porém, o ponto alto é principalmente a direção, astucioso em inserir outros gêneros de maneira sutil (como noir) entra então a parte que me deixou completamente imersa, ditando a velocidade da história, nós, meros telespectadores, não temos escolha senão acompanhar como der. O diretor começa com uma enxurrada de personagens sendo apresentados um atrás do outro, dessa forma, conforme as coisas vão acontecendo, o ritmo desacelera, deixando a gente começar a refletir sobre a investigação. Adoro a sensação de ficar desconfiando de tudo e de todos, tentando encontrar a resposta antes do fim. Sem dúvida, é isso que o filme causa.
O roteiro tem seu mérito, foi construído de forma interessante, mas justo porque a direção consegue causar toda essa imersão, o roteiro acaba sendo previsível, podendo causar uma certa frustração por acabar com a resposta mais óbvia transvestida de plot twist. Então, aqui fiquei um pouco desapontada. Muito embora seja divertidíssimo, o ar cômico trouxe uma leveza que diria ser necessária para não cair naquele clichê de sempre, com trilhas sonoras anunciando o que está por vir bem como relembrando constantemente o telespectador de que se trata de um filme de mistério. Mesmo que aqui estejam presentes, é quase uma sátira.
Rian ainda é capaz de saltear elementos sociais e políticos com a presença da personagem Marta Cabrera (de Armas) em que a família Thrombey, por mais que insista em dizer que Marta “faz parte da família”, mostram que, ao jamais acertarem sua nacionalidade (ora equatoriana, ora paraguaia, uruguaia e até brasileira), demonstram todo o desapego à jovem imigrante.
Apresentando um design de produção que é o sonho de todo leitor de mistério. Temos cores vibrantes a todo o momento, figurinos charmosos que explora de maneira fiel. Os ambientes da mansão e seu exterior como se o espectador estivesse lendo realmente um livro do gênero e as pistas que ele oferece, com pessoas ricas donas de tanta tralha que, mesmo em uma mansão, não há mais onde guardar tudo.
Recomendo a todos que desejam exercer o lado detetive alá Conan Doyle, que habita dentro de cada um para investigar o mistério que aqui se apresenta.
E aí, me contem, conseguiram descobrir o que aconteceu antes de todo mundo? Gostaram do filme? Me contem tudo e não me escondam nada. Obrigada por me acompanharem até aqui, vejo vocês na próxima resenha, até!
Por Haydée Lara e Carolina Rozeira.
Um filme que como homenagem a agatha é fraco, mas cumpre bem seu papel de entreter