Epidemia

O homem espirra na mão
Enquanto entrega a mala com 1 milhão
Vetor de terrível transmissão

O receptor passa o vírus
Deposita no volante do corpo
Que vai ser entregue para a luz
Um jornalista do “Correio de São Paulo”

Este último esconde a verdade
Guarda numa gaveta a sete chaves
Protegido pela ética da conveniência
Afinal, enquanto me convém, que mal que tem?

E nas ruas,
Populares usando o jeitinho
Vestidos de sobrevivência suburbana
Roubando, chorando ou sorrindo
Agradecendo as oncinhas e peixinhos
Economizados e sonegados

É tudo igual
Farinha do mesmo saco
Que no final
Vai dizer
Com a mão no coração
“O Brasil que eu quero
É um Brasil sem corrupção”

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