Estamos todos muito ansiosos com o famoso “Disney Plus”. O serviço de streaming da Disney já apresenta grandes produções, só ver o famoso The Mandalorian (resenha aqui), culpado por retratar o mundo o querido Baby Yoda, e vem com promessas melhores ainda com nomes da Marvel como Loki, Wandavision e a dupla do Soldado Invernal e o Falcão.
Porém, os heróis-produto da Marvel não se situam apenas com a casa do Rato Mais Rico do Mundo, como também tem ramos entre outras empresas de streaming. A Hulu, não tão famosa no Brasil, é a responsável por 6 adolescentes, um dinossauro, e um grupo de pais vilões. Pareceu roteiro de “KND – A turma do Bairro”, mas não é.
O roteiro é bem simples. Temos seis adolescentes, cada um sendo uma representação de estereótipos na escola. Acabam se juntando com um propósito: deter o grupo chamado de Orgulho, diga-se de passagem, um grupo terrível realizador de sacrifícios de jovens sem famílias com propósitos bem obscuros.
O problema são os vilões dessa história não estarem distantes dos heróis: seus pais. É nessa base que temos Alex (Rhenzy Feliz), um hacker sem poderes; Nico (Lyrica Okano), descendente de uma magos e possuidora de um cajado poderoso; Gert (Ariela Barer), uma garota que tem um elo telepata com um dinossauro; Karolina (Virginia Gardner), lançadora de rajadas originadas de uma energia colorida em seu corpo; Chase (Gregg Sulkin), outro sem poderes mas inventor de um par de luvas lançadoras de fogo e eletricidade; e Molly (Allegra Acosta), uma garota super forte. Nosso grupo de personagens, retirados dos quadrinhos criados por Brian K. Vaughan e Adrian Alphona com o mesmo nome, que fogem juntos (isso nem é spoiler, é o nome da série).
A segunda temporada se inicia por essa mesma base, deixando a primeira com um gostinho de ter sido apenas um prologo bem extenso. Dessa vez os adolescentes são forçados a perceber que, querendo ou não, eles têm que permanecer juntos, pois procurar comida, água e ainda se esconder dos pais é uma tarefa impossível de se fazer só.
Bolam uma forma de acabar com a Orgulho. O problema começa quando o grupo de vilões recebe informações sobre os adolescentes. Informações preciosas, revelando assim existir um traidor entre os fugitivos. Do outro lado, os vilões se dividem entre encontrar seus filhos e Jonah (Julian McMahon), o pai da Karolina, com planos maiores mas que também os envolvem.
O grande problema da série é o maior acerto para ir até uma terceira e já confirmada última temporada: se prender a formula “colegial” de narrativa. Grande parte do plot da primeira temporada é voltada para o grupo no colégio se descobrindo em questões bem típicas da adolescência enquanto o real problema se desdobra em momentos chaves até culminar nos últimos episódios que realmente revelar uma corrida frenética de cenas para o desfecho.
Isso agrada muito uma parte, entretanto cansa outra. É normal não agradar gregos e troianos, mas podiam tentar ao mínimo sair dessa formula. A segunda temporada até traz isso, os primeiros episódios são divertidos, mas logo vem a mesma forma “noveleira” de narrativa e de verdade, isso bem é cansativo. Personagens são mal desenvolvidos, jogados de escanteio, algumas cenas não acrescentam em nada a história. Parecem ser apenas complemento de tela.
Se você conhece os quadrinhos, nem assiste! É sério, tem algumas referências, tem os personagens, tem o mesmo chão, mas é uma construção totalmente diferente. É mais lenta, óbvio, são mídias diferentes, e transpor o mesmo aspecto de um quadrinho para o áudio visual sempre é algo que se deve tomar cuidado.
Diferente de como acontece em Agentes da Shield (resenha aqui), a Hulu tenta atingir um público mais novo e mais especifico. Agora se você curte essa pegada mais “malhação com poderes” pode ir, que são duas temporadas muito bem recheadas de conteúdo.
Eu sou o valente Asan e fiquem em casa. Sério. E lavem as mãos.