Good Omens (2019)

“Prepare-se, pois o fim está próximo!” Dessa vez, ele está realmente perto, porque hoje a resenha é de Good Omens.

Good Omens é uma co-produção entre a Amazon Prime Video e a emissora BBC Two baseada no romance escrito por Neil Gaiman e Terry Pratchett intitulado “The Nice and Accurate Prophecies of Agnes Nutter, Whitch”.

Nessa série, vemos o anjo Aziraphale (Michael Sheen) e o demônio Crowley (David Tennant) unidos para tentar impedir o Armagedon – grande guerra entre o céu e o inferno que destruirá todo o planeta.

Depois de sermos apresentados ao começo de tudo (cerca de 6.000 anos atrás, segundo a série), onde Crowley é a serpente responsável pela “grande queda do homem”, somos levados a um breve resumo histórico sobre como a humanidade chegou em 2018 à beira do Apocalipse.

Seguindo os escritos bíblicos, mais uma vez, o demônio se vê como peça importante na história, já que foi encarregado de levar o anti-Cristo à maternidade/convento, onde freiras de uma ordem satânica o esperavam a fim de realizar a troca com um bebê recém-nascido do embaixador americano.

Coincidentemente, outra criança nasce ali e um verdadeiro troca-troca acontece. No fim, “aparentemente” tudo dá certo e todos, tanto anjos quanto demônios, aguardam o grandioso dia em que o menino completará onze anos e iniciará o imenso caos no mundo.

O problema é que nem Crowley nem Aziraphale desejam lutar nessa guerra, muito menos que o planeta junto à humanidade sejam destruídos, pois apreciam bastantes suas vidas na Terra. Assim, ambos decidem exercer influência sobre o menino para que ele não se torne o anti-Cristo.

Anos se passam e o menino cresce sobre a intervenção do bem e do mal para que não seja uma pessoa muito ruim nem muito boa. Mas, no ano de 2018, no décimo primeiro aniversário da criança, eles percebem que acompanharam o bebê errada. Droga!

Agora, Aziraphale e Crowley têm a missão de encontrar o garoto certo e impedir o fim do mundo. E nessa jornada, contarão com bruxas, caçadores de bruxas, videntes e aliados que também procuram evitar esse fatídico dia.

Good Omens tem uma abordagem totalmente original, a começar por sua interpretação das Ecrituras Sagradas: Adão e Eva são negros (o que, historicamente, é o certo), Deus é uma mulher (Frances McDormand) e Belzebu também (Anna Maxwell Martin), a personificação dos quatro cavalheiros do apocalipse, anjos não são tão bons e o contrário vale para demônios.

Além disso, diversos acontecimentos históricos reais são repassados com a presença de Aziraphale e Crowley, dando uma releitura adorável a eles e mostrando como ambos interferiram na construção do modelo de sociedade do século XXI – até nas artes eles exercem influência, como vemos no episódio no qual assistem a uma tragédia de Shakespeare ao vivo.

Ademais, as atuações de Michael Sheen e David Tennant são louváveis, nos dando a impressão de que foram realmente feitos para o papel. Como Aziraphale, Sheen passa a imagem de um anjo doce, inocente e sensível, mas que vive em conflito entre fazer “o bem” segundo sua natureza angelical ou segundo àquilo que acredita ser o certo.

Já no papel de Crowley, Tennant é envolvente. Dançando entre a linha do “politicamente incorreto”, em diversas vezes ele nos leva ao questionamento sobre quem, de fato, é o vilão da história. Esperto, inteligente e fiel a si mesmo, ele é um personagem de destaque na série.

Com um humor ácido e uma narrativa cativante aliados a um toque de terror (bem, pelo menos para mim, algumas cenas são assustadoras kkk), Good Omens tem agradado ao público que se propõe a assistí-la.

Com apenas uma temporada de seis episódios de, aproximadamente, uma hora de duração, ela pode ser vista na Amazon Prime. Se você ainda não conferiu, sugiro que dê uma chance (vale a pena). No contrário, de que lado você ficou? Deixe aqui seu comentário que eu vou amar lê-lo.

Que a força esteja com você.

Por Agnes Rufino.

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *