Hanna (2019-)

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Hanna, série original da Amazon Prime Video, voltou para seu segundo ano em 3 de julho de 2020. Pode talvez não ter conseguido entregar uma história tão interessante e convincente como em sua primeira temporada, mas, se você procura ação de qualidade e atuações muito boas, pode ir conferir a série sem medo.

A série, como o filme homônimo de 2011, acompanha uma garota, Hanna, criada numa floresta, treinada e preparada para lidar com um perigo que não conhece em um mundo no qual ela nunca viveu. Seu pai, Erik, guarda em segredo a origem da filha, pois uma organização poderosa pode acabar com as vidas dos dois. Mas Hanna sabe que, se não puder se esconder, ela deve atacar.

– Seres humanos são… (Erik)

– Perigosos e não devem ser confiados. (Hanna)

– Se você vir um? (Erik)

– Te procurar. (Hanna)

– Se não houver tempo? (Erik)

– Me esconder. Se não puder me esconder, atacar. (Hanna)

 

A sinopse e o trailer não me impressionaram quando a série estreou em 2019. Isso porque, além de me parecerem apenas uma adaptação do filme de 2011, não estava interessado em shows com protagonistas adolescentes na época, assim como não esperei da atriz, Esme Creed-Miles, boas participações em cenas de ação. Que feliz engano.

Esme entrega o que o roteiro pede de sua personagem, que foi criada sob um intenso treinamento e numa floresta, sem ter contato com a “sociedade”. A série surpreende por prender o espectador desde o início com boas doses de mistérios e cenas de ação, que passam por uma invasão, combates, fuga, um acidente e treinamentos, tudo isso em seus primeiros episódios. Os cortes ágeis nos momentos agitados também ajudam a construir a narrativa e a manter o espectador que curte ação de olhos vidrados.

A história de Erik, interpretado por Joel Kinnaman (For All Mankind, The Killing, Esquadrão Suicida), é apresentada no decorrer dos episódios junto com os mistérios que envolvem a origem de Hanna. Percebe-se aí uma história um tanto clichê, mas suas interações com Marissa Wiegler (Mireille Enos, também conhecida por The Killing e Guerra Mundial Z) compensam o enredo sem surpresas.

Ver os dois atores, Joel e Mireille, novamente juntos num show, como estavam em The Killing, afaga o coração dos fãs e é sinal de que não haverá preocupação se você busca atuações convincentes. O jogo de gato-e-rato que é desenvolvido entre os personagens que interpretam é um dos melhores de se ver, sem contar o olhar sombrio e poderoso que Mireille traz para as personagens que interpreta.

Quanto aos dramas adolescentes citados, na série eles ganham um pouco mais de espaço que no filme de 2011, visto o novo formato. Mas esses dramas não te incomodam e, na verdade, agregam à personagem e a suas descobertas. Gostaria até mesmo de ter visto mais da Sophie (Rhianne Barreto), que se torna melhor amiga de Hanna. Talvez se tivessem adaptado mais a história a fim de envolver mais a família de Sophie e seus amigos, haveria mais espaço para perdas e investigação na série.

O enredo não inova, mas, sem dúvida, consegue desenvolver muito mais seus personagens, que, desde suas primeiras aparições, conseguem transmitir o carisma necessário para fazer você continuar a ver a série. As cenas de luta frenéticas, bem coreografadas e violentas são também o ponto forte do show. Portanto, se você gosta de ação, Hanna com certeza vale seu tempo.

 

Por Lucas Coelho.

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