K-12 (2019) de Melanie Martinez

Hello, my friends! Vocês viram certo, hoje a Cry Baby vai nos acompanhar na resenha de hoje!

K-12 é o segundo álbum de estúdio da cantora norte-americana Melanie Martinez, sim, a resenha de hoje é sobre um álbum… Porém, migxx, há uma surpresa nesta resenha.

Um filme de gênero Electropop foi dirigido e roteirizado por esta mesma artista – onde o clipe de 13 das músicas fora integrado no meio do longa-metragem – lançado em 6 de setembro de 2019 com cerca de 90 minutos, através da Atlantic Records. Melanie fez o upload do K-12 no Youtube e está disponível neste momento (de graça).  É ele o foco de hoje.

Quase todas as canções foram escritas e compostas por Melanie Martinez e Michael Keenan, já que algumas foram obra somente de Keenan (exceto “Drama Club”, produzido pela Kinetics & One Love).

A K-12, escola interna de Cry Baby, traz sinônimos extravagantes/exagerados da realidade; controlada por um diretor (taxado como ganancioso e patriarcal), os alunos são oprimidos das mais bizarras formas. Inclusive, há uma faixa em que Melanie fala diretamente com o diretor: um hino contra diversos líderes políticos mundiais, destacando o conservadorismo.

 

 

Você não sabe a dor que está causando / Sim, suas ações machucam, assim como suas palavras / Quanto mais você tenta nos ferrar / Mais estaremos lá gritando na sua porta. – Letra da música ‘The Principal’ 

 

Neste longa podemos ver diversas referências aos clipes do primeiro álbum, como cabeças animais em corpos humanos ou a mãe alcoólatra. Nostalgia vem à tona àqueles que acompanham Melanie desde 2015. No entanto, em 2019, a personagem retorna muito mais madura, junto de alguns poderes sobrenaturais que não fazem muita diferença ainda, mas quem sabe numa futura produção venha ter destaque (estou rezando para isso ocorrer).

O filme é apresentado em forma de musical, ou seja, as letras são partes do roteiro. Uma dica para você, caso vá assistir, preste atenção no contexto todo e irá ver como as músicas se encaixam perfeitamente nas cenas.

Devo ressaltar que Melanie é uma cantora, não uma atriz, tão pouco uma roteirista/ diretora no meio cinematográfico. Há momentos que a história parece decair, precisando das músicas para poder dar um ‘up’, não deixando o filme ficar tedioso demais. Mas mesmo assim o trabalho ao redor das músicas é fenomenal – a sequência de “Orange Juice” é de se emocionar demais.

Melanie Martinez realizou um competente trabalho planejando tudo SOZINHA, mesmo que o roteiro seja um pouco fraco e as atuações feitas por “não-atores” não sejam tanto o forte de “K-12”.  Acredito que estes são detalhes vãos, já que o foco central são os clipes juntamente da mensagem que pretende passar ao público. 

O filme é muito lindo e segue a estética de tons pastéis que os fãs estão habituados ver. Os diálogos são até que bem distribuídos no meio das músicas, os ruídos de uma escola normal são contextualizados no meio das canções (tal como crianças correndo, lápis riscando o papel, conversas no pátio, sinal da escola, etc).

“K-12” pode ser considerada feminista, já que até a divindade por aqui é Lilith, a primeira mulher de Adão que se rebelou contra a submissão, interpretada por uma mulher negra (Melanie não deu ponto sem nó neste álbum, hmm?).

 

“Eles querem uma bunda grande em um jeans novo / Essa não é a vida para mim / Eu não quero parecer com a merda de uma Barbie” – ela afirma em Lunchbox Friends. 

 

“Os garotos agem como se nunca tivesse visto pele antes / Tenho que ir para casa me trocar porque minha saia é muito curta / A culpa é minha, eu coloquei cobertura por cima / E agora os garotos querem provar desse bolo” – em Strawberry Shortcake. 

 

Cry Baby (literalmente) muda os olhos, pegando os seus para dar a uma amiga (e vice-versa) para que ela se veja com olhos menos condenatórios, além de querer quebrar o tabu da menstruação – papo meio ultrapassado, né? A sororidade brilha como diamante, mas sua forma de ser apresentada é grotesca como um pedaço de carvão.

Num todo, não vou negar: o filme compensa em cenários fantásticos, figurinos espetaculares, muita bizarrice misturada de extravagancia e delicadeza ao mesmo tempo, músicas engajadas… Enfim, Melanie demonstra que sabe ter autenticidade de sobra, além de saber fazer arte de qualidade com sua visão crítica, qualidades que todo artista deveria ter, mas que nem sempre vemos por aí.

As músicas são ótimas, muitas com batidas enérgicas, animadas, outras meio melancólicas, mas sentimentais e gostosas de se ouvir. As letras são todas empoderadas. Quase, ou senão todas, as faixas foram completamente do meu gosto. Há quem se desagrade com este estilo musical, porém, a voz leve e doce desta cantora é impressionante, a emoção que ela passa ao cantar é muito expressiva, cativante, tanto quanto é carregada de força.

Chego ao fim de mais uma resenha, espero que todos os que leram até aqui possam ir conferir este trabalho impressionantemente belo, mas antes de enfim encerrar preciso deixar uma frase que me impactou muito com este filme:

“O maior poder que você pode ter é o de aceitação, e qualquer tempestade se transformará em um arco íris cristalino em um momento divino”. 

 

Obrigada por me acompanhar até aqui, aproveitem bastante! Sigam também o blog no instagram: @beladistopia. Se puderem, indico ler as outras resenhas disponíveis por aqui, deixem seus comentários com suas opiniões ou sugestões!

Até a próxima, um beijo grande.

Por Isabela Cabolon.

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