Ragnarock (2020) da Netflix

Eu sou um grande fã de Percy Jackson. A ideia de Rick Riordan obviamente não é super inovadora, mas o formato como é apresentado foi tão certeiro que agradou jovens, crianças até adultos. Transformar Hermes em carteiro, Poseidon como um surfista, ou pulando para outras obras apresentar deuses egípcios, nórdicos…
Falando na mitologia do deus do trovão, a Netflix também lançou uma adaptação atual dessa mitologia. Infelizmente, ao contrário dos primeiros exemplos, a série se perde ao tentar atingir vários públicos. Pior ainda, ela falha em tentar criar uma história concreta que prenda o espectador.
A primeira temporada, e até o momento única, apresenta uma mistura de fantasia com final da adolescência de estudantes de uma escola na Noruega, coincidentemente, a última região que o cristianismo chegou, dando fim a religião Nórdica. Um acontecimento mitológico, declarando o fim dos deuses nórdicos: Ragnarock.
No meio disso, temos a chegada de Magnes (David Stakston), um jovem disléxico com alguns problemas de atenção (é, bem o Percy mesmo!), seu debochado irmão Laurits (Jonas Strand Gravli) e a mãe dos rapazes, uma mulher sofrida, mas tenta de um tudo para mantê-los.
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Fora isso, temos a cidade sofrendo com problemas próprios: uma corporação de uma família chamada Jotum polui a biosfera ao redor. Como se não fosse suficiente, acontecimentos sobrenaturais se iniciam com o trio recém chegado levantando suspeitas com a atenção dos Jotums para o Magnes e sua família. Assim, desenrola-se uma trama muito mais antiga do que se possa imaginar, envolvendo deuses e gigantes.
Eu senti que estava assistindo várias produções diferentes em uma só, mas não tinha nada sendo construído. Pontos altos da série seriam os cenários locais usados em ótimas fotografias durante as gravações; provavelmente o ator desenvolvendo o que seria o Loki, faz boas interpretações… mas só.
A narrativa é confusa mais corrida. Eles tentam apresentar um gigante sob a capa de pessoas ricas agindo sem se preocupar com quem vai pagar pelas atitudes feitas pelos mesmos. Os deuses, ou pelo menos as referências a eles, são pessoas com boa índole, bom coração, mas tirando o possível Loki, nenhum outro personagem parece ter um pingo de carisma para conquistar o espectador.
Até o desenrolar da trama envolvendo degradação ambiental parece que aos poucos vai sendo esquecida, jogada de lado. Tudo feito até a metade e depois descartado, dando espaço a confrontos meio do nada, culminantes em finais broxantes.
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A ideia é boa. Trazer histórias antigas com roupagens novas, sempre são bem-vindas. Atrai novos espectadores e reascende a chama de quem já conhece essas mitologias. Porém, é necessário ter o cuidado de trabalhar nos dois aspectos, sabendo juntar elementos de um com o outro em uma narrativa empolgante apresentando referências a lore original, mas com a proposta atual.
Não deixar as duas coisas em conjuntos separados. Mas mesmo assim, não sendo uma série a qual não me agradou muito, recomendo que você dê uma chance. A adaptação tem mais pontos negativos que positivos, ainda assim, pode ser que você goste.
Quando fui assistir, esperava mais da história nórdica e menos de uma série teen, mas se você for do tipo que quiser ver apenas um ambiente um pouco mágico envolto de romance, descobertas e sentimentos, esta série pode ser um acerto.
Eu sou o valente Asan, e a mim foi dada essa missão: Liberte-se!!!!

1 thought on “Ragnarock (2020) da Netflix”

  1. Parei no ep 3 e continuei lá até agora haha. Amo mitologia nórdica, mas o roteiro não me encantou já que só sentia vergonha alheia nas cenas.. aiai

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