Stupid Love (2020) de Lady Gaga

Com tanta coisa ruim acontecendo por aí, só essa novidade para salvar o mundo (e o pop). Lady Gaga voltou (!!!), e trouxe consigo o pop farofa para a alegria dos Little Monsters e da crítica especializada.

Capa do single

Gaga finalmente encerra seu hiato, visto que Joanne, seu último álbum, foi lançado em 2016, e a única faixa posterior ao trabalho foi “The Cure” no ano seguinte. Apesar da ausência de produções próprias, a Mãe Monstro recebeu a aclamação do público – e o Oscar de melhor trilha sonora original – com o filme “Nasce uma estrela” (2019), o qual atuou e cantou ao lado de Bradley Cooper.

O lançamento oficial de Stupid Love ocorreu em 28 de fevereiro de 2020. O single é o primeiro do futuro sexto álbum da cantora, Chromatica, que estará disponível a partir de 10 de abril. Além da canção, presente nas plataformas de streaming, o clipe foi postado na mesma data, no canal de Gaga no Youtube.

Semanas antes do lançamento oficial, um trecho da música foi vazado no Twitter, rendendo três coisas, em resumo:

Eis o deboche da mamãe

1.    A reinvindicação dos direitos autorais pela Universal Music, três dias após a publicação (o que não deve ter sido legal para quem vazou);

2.    Um deus nos acuda entre os usuários da rede social;

3.    Um post da própria Gaga ironizando a falta de paciência dos fãs ao escutarem o fragmento – Errados não estávamos, né?

Não é novidade que Lady Gaga sempre enfrentou dificuldade em seus relacionamentos afetivos. Nem precisamos comentar os casos de abuso que sofreu quando mais jovem, situações que tentou ignorar por muitos anos até se dar conta da necessidade de auxílio psicológico. Nesse contexto de novidades, a artista também parece conviver com as transformações pessoais. Como desabafa em entrevista ao rádio Beats 1:

Eu acho que para alguns de nós é mais fácil amar, para outros, é mais difícil, e quanto mais vulneráveis ficamos, mais corajosos somos para nos abrir, para realmente, realmente amar uns aos outros.

No novo single, os versos que se repetem durante a faixa inteira, relembram as influências do disco music e do eletrônico, presentes em seu primeiro álbum, The Fame (2008) e mostram a vontade de Gaga em se abrir para um amor que a liberte das dores que carrega por mais estúpido que isso possa parecer. Isso fica claro no segundo verso da canção:

Now, it’s time to free me from the chain
I gotta find that peace, is it too late or
Could this love protect me from the pain?
I would battle for you (Even if I break in two)

TRADUÇÃO

Agora, é hora de me libertar das correntes
Eu tenho que achar essa paz, é tarde demais
Ou esse amor poderia me proteger da dor?
Eu batalharia por você (mesmo que isso me partisse em duas)

Ainda em entrevista à Beats 1, sobre a letra:

Eu adoraria que essa música derrubasse o máximo de paredes possíveis, e que fizesse as pessoas dizerem, ‘Eu quero o seu amor estúpido. Eu te amo.

Apesar das semelhanças musicais com os primeiros álbuns, é indiscutível que os vocais apresentados não negam o crescimento que Gaga vem apresentando musicalmente. O seu incrível potencial vocal é usado nas faixas de estúdio, o que não costumava ocorrer nos três primeiros álbuns – nos restava assistir às performances ao vivo para poder babar com a voz da mamãe monstro.

O clipe também não decepciona: Coreografias que remetem aos clipes dançantes de Born This Way (2011), com uma clara referência às produções Sci-fi japonesas e aos anos 90 e uma vibe bem colorida que relembra produções como Power Rangers.

Algumas curiosidades: o clipe foi TODO filmado com a tecnologia da câmera tripla do iphone 11. Ele serviu para a divulgação pesadíssima da linha de maquiagem lançada por Gaga, a Haus laboratories (tudo vegano, prontinho para as blogueiras de plantão).

O vídeo carrega a mesma mensagem da música, acrescentando a história um tanto curta demais de que o mundo está em caos com a divisão das pessoas e que precisa urgentemente de mais amor, como forma de unificar e arrumar toda a bagunça.

Quanto à repercussão, o conjunto faixa-clipe rendeu uma série de memes engraçadíssimos, uma meia dúzia de gente reclamando da produção – o que eu não vou dar atenção, porque sou muito little monster, sim – e uma aclamação da crítica especializada, seguem alguns exemplos:

Julgando pela batida sólida e viciante de synthpop, Gaga voltou completamente às suas raízes. Enquanto aproveitamos a sua incursão em outras sonoridades, como em Joanne (2016), estamos felizes com a volta da mamãe monstro. Não podemos esperar para ver e ouvir o que vem pela frente. (Jennifer McClellan – USA Today)

Gaga acaba de lançar um hino com temática dos anos 80 e um videoclipe colorido à frente de seu sexto álbum de estúdio. Sonoramente, a nova canção remonta a era Born This Way (2011). A música marca um ponto de virada perceptível para a artista, após liderar um período predominantemente inspirado no rock. Ouça-a salvar a música pop. (Joey Nolfi – Entertainment Weekly)

Entre tantas novidades, memes e críticas positivas, Gaga nos presenteou com o seu retorno, trazendo coisas antigas, sem perder o crescimento pessoal e artístico. Além disso, como sempre, transmite a mensagem de amor e aceitação que sempre carregou durante a carreira.

A nós, resta esperar o que mais vem por aí, e não esquecer de espalhar esse amor estúpido – e extremamente necessário.

Até a próxima resenha, e fiquem com Gaga curtindo o retorno.

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