Switched (2018) da Netflix

Oooiiii pra você que está lendo! A resenha de hoje é sobre o dorama japonês, Switched. Esse original Netflix estreou ano passado na plataforma e é uma dos mais densos desse meio que já assisti. A temática central é a troca de corpos entre duas garotas em ambiente colegial.

Zenko (Miu Tomita) e Ayumi (Kaya Kiyohara) estudam na mesma sala, têm a mesma idade, porém vidas completamente contrastadas: enquanto Ayumi é uma garota considerada a mais bela da sala, tem a atenção de todos no colégio, dois melhores amigos e uma família que a ama, Zenko é solitária, sofre bullying por sua aparência e enfrenta problemas de relacionamento com sua mãe.

Obstinada a acabar com sua vida, Zenko planeja se suicidar, entretanto, antes de o fazer, descobre um meio de trocar de corpo com outro alguém. Assim, numa medida drástica, seu plano dá certo e ela passa a viver no corpo de Ayume e vice-versa.

Há muitas produções com essa temática, a maioria retratando de modo cômico essa inversão de papéis, entretanto, essa série vai muito além disso. Devastada ao descobrir que sua vida foi tomada sem seu consentimento, Ayume (agora no corpo de Zenko) tenta desesperadamente convencer a todos ao seu redor que ela não é quem pensam ser.

A partir de então, a menina que antes parecia ter uma vida perfeita se vê sendo envergonhada, excluída, mal tratada e julgada por sua aparência. Já Zenko, no corpo de Ayume tem tudo o que sempre sonhou: uma casa confortável, amigos e, principalmente Koshiro Mizumoto (Tomohiro Kamiyama), um dos melhores amigos de Ayume e seu namorado.

Um detalhe muito importante nesse dorama é que ele mostra de forma evidente que podemos mudar o quanto quisermos nossa aparência exterior, contudo, quem somos de verdade, dificilmente será mudado. Isso acontece porque mesmo estando no corpo de Zenko, a personalidade de Ayume, assim como suas atitudes, não se alteram: ela continua doce e demonstrando simpatia, o que faz com que seu melhor amigo Shunpei Kaga (Daiki Shigeoka) perceba, acredite na história e comece a ajudá-la a recuperar seu corpo. 

A partir daí, a história vai ficando cada vez mais sombria com muitas mistérios rodeando a trama e com um desenvolvimento dos personagens cada vez mais profundo. A atuação do elenco principal é espetacular, uma vez que seria muito difícil para nós, telespectadores, absorver toda a dor, desespero, tristeza, medo, ódio e amor envolvidos.

Como eu disse lá no começo, Switched foi um dos doramas mais densos que já assisti, pois a carga emocional e algumas cenas são muito fortes. O bullying escolar é abordado da maneira mais sombria (porém, verdadeira) possível. Suicídio, depressão, maus tratados e outros assuntos estão presentes de maneira significativa.

Não é mais um clichê colegial, mas sim um retrato profundo do que acontece na mente de tantas pessoas, independentemente da idade. o Japão vem tentando lidar com o bullying há muito tempo, porém, a taxa de suicídio só cresce devido a pressão colocada às pessoas por sua aparência, o que é bem retratado. Também não é uma história simples de se entender, já que a cada episódio, há novas descobertas e revelações.

Outra coisa interessante é que não há, de fato, um mocinha e uma vilã. Os quatro protagonistas são capazes de, naturalmente, nos fazer refletir sobre as origens de suas atitudes, não somente nos efeitos que elas causam. Zenko, Ayume, Koshiro e Shunpei são muito humanos: nenhuma atitude é de um ser superior capaz de fazer sempre o certo, nem exageradas para fazer tudo errado.

Switched é bem fácil de maratonar, com apenas seis episódios de 35 minutos, aproximadamente. Um conselho: se você está passando por uma fase delicada, sugiro que deixe para assistir esse dorama quando estiver se sentindo melhor, pois algumas cenas podem servir de gatilho em certas situações.

No mais, é uma excelente escolha para quem gosta de um estilo mais voltado para o drama psicológico e para quem tem curiosidade (como foi meu caso). Se você já assistiu, o que achou? Ainda não viu? Ficou com vontade de ver? Deixe aqui nos comentários, pois vou amar saber sua opinião!

Que a força esteja com você.

Por Agnes Rufino.

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