Venom (2018)

Antes de começar essa resenha, temos que dar uma contextualizada no (já falado muito) cenário em que a “mini” franquia do “aranhaverso” se encontra. Isso vai ser importante para firmar algumas opiniões. Com certeza o nosso “amigão da vizinhança” é uma marca muito volátil do cinema. Então, caso você seja mais um desavisado, vamos conversar um pouco…
Há muitos anos atrás, quando a internet ainda fazia zoada na conexão, as pessoas usavam emule, tinham MSN e Orkut, a Marvel passava por muitos problemas financeiros, e quando se tem problemas financeiros o que se faz? Vende o que se tem. E nessa brincadeira, dezenas de personagens se espalharam pelo mundo.
Tivemos algumas produções obviamente esquecidas no tempo: aquele Demolidor do Ben Affleck, Elektra, Mulher Gato (okey, não é da Marvel, mas vale a menção honrosa). Esses filmes beiravam os filmes trash pros cinemas, davam até uma certa vergonha alheia, mas também tivemos boas produções, valendo lembrar como Justiceiro, X-Men (pelo menos o primeiro é unanime a opinião que ele foi bom?) e claro, o primeiro Homem Aranha com Tobey Maguire produzido pela Sony. Sim, a Sony não havia só comprado o cabeça de teia, porém, comprado todo o seu “universo”… ou como vimos um tempo atrás, seu “aranhaverso”. Mas ai que entramos no nosso fator de discussão: o Venom.
O filme trata-se de um filme de ação, estrelado por Tom Hardy como Eddie Brock, um jornalista que não tem medo de trazer a verdade a tona Em busca da verdade, acaba enfiando o nariz num caso de experimentos com humanos e “simbiontes extraterrestres” que se apossam do corpo, mas por incompatibilidade acabam por matar seu hospedeiro.
Em uma das suas investigações jornalísticas, Eddie acaba por se juntar com um desses simbiontes, mas não morrer. A partir desse ponto os dois, em meio a muitas explosões e tiros, começam a se ajudar para lidar com um problema muito maior que os dois. Pareceu sinopse de sessão da tarde? Pois é… não é ruim, entretanto, vamos aos próximos parágrafos.
Por que eu fiz toda uma introdução? Foi pra esse momento o meu lado “fanboy da Marvel” poder falar. Algumas pessoas, muito atreladas ao universo dos quadrinhos falaram “Venom sem o Homem Aranha? Impossível!”.
Errado. Obviamente estamos falando de mídias diferentes. Quadrinhos e cinema não precisam estarem se copiando ao pé da letra. Claro que um fã service bom deixa qualquer filme muito mais aceito (vide a cena do Capitão América pegando o Mjolnir -martelo do Thor-), contudo, não precisa seguir ao pé da letra em tudo. Esse é um argumento que eu vou defender em qualquer resenha/conversa sobre adaptações.
Por isso, o nome “adaptação”. Também tenho que dizer, a falta do Homem Aranha no filme do Venom trouxe alguns problemas de enredo, como quando se observa as “motivações” do anti-herói, um personagem caótico neutro (pelo menos no filme), de se manter do lado bom da força. Uma falha que na história original é muito bem trabalhada.
E isso me preocupa, porque a produtora já anunciou que vão haver outros filmes com outros personagens do universo do Peter Parker, contudo espero muito que sejam acertos. A animação do Aranhaverso está aí pra mostrar isso.
Agora sem misturar nada, falemos do filme em si. O filme se sustenta bem como um filme de ação até por volta da metade da sua duração. Entretanto, é perceptível um momento em que só se perde e deixa o “tiro, porrada e bomba” tomar conta da tela.
Eddie Brock não é um personagem com muita profundidade. Ele é corajoso, inconsequente e audacioso. O simbionte é a mesma coisa (com o diferencial de querer devorar todos pelo meio do caminho), mas os dois fazem uma boa relação. É legal ver a química dessa dupla.
O vilão cai no problema de ser uma cópia do protagonista. Não é errado, os filmes de super herói geralmente caem nisso, mas o problema é que o vilão não tem nenhum impulso a não ser “dominar tudo”, “invasão em massa” e francamente, vilões com isso já tão chatos. O filme traz boas cenas de ação, mas é só. Entretanto, isso é a opinião de um reles mortal (eu).
Venom foi muito bem aceito, além de ter alta bilheteria e uma margem de lucro que já marcou uma continuação. Eu acho isso muito justo, realmente quero ver como eles vão trabalhar o herói/anti-herói, e como vão trabalhar futuros vilões.
Qualquer pessoa pode assistir o filme, entretanto, recomendo que tenha pelo menos uns 14 anos ou mais. Bem ou mal, o Venom é meio perturbado em querer sair devorando tudo e todos, usar um certo linguajar “palpável” (falar de órgãos em detalhes como se deleitasse com isso) Nada feio apareça é bom respeitar a classificação do filme. Sem preocupações maiores, como eu já disse: resume-se a pirotecnia e invasão alienígena.
Eu sou o valente Asan e a mim foi dada essa missão. LIBERTE-SE!!
Ps: uma das melhores cenas, para mim, são as cenas pós-credito e quando toca Venom do Eminem.

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *