Para quem curte livro de fantasia com crianças e personagens extraordinários, a obra de Neil Gaiman com toda certeza é para você. Desde o início quero que saibam, foi uma obra cinco estrelas para mim.
Em “O livro do cemitério”, conhecemos a história de Ninguém Owens, que foi criado desde bebê por criaturas de um cemitério. Logo após seus pais terem sido assassinados e ele conseguir chegar ao cemitério engatinhando sem o assassino vê-lo, chega até um cemitério e os membros de lá fazem uma audiência sobre o futuro da criança. Ficando com o casal Owens e sendo “apadrinhado” por Silas, o responsável pelo cemitério, que o autor não deixa bem claro que criatura é, ficaria responsável pelo seu alimento e bem estar.
O homem chamado Jack era alto. Este homem era mais alto. O homem chamado Jack usava roupas escuras. As roupas deste homem eram mais escuras. As pessoas que viam o homem chamado Jack quando ele estava cuidando de sua vida — e ele não gostava de ser visto — ficaram perturbadas, ou pouco à vontade, ou se achavam inexplicavelmente assustadas. O homem chamado Jack olhou o estranho e foi o homem chamado Jack que ficou perturbado.
O livro começa de uma maneira sombria que pode desagradar algumas pessoas. No entanto, ao lê-lo o que nos salta aos olhos é seu tom melancólico e inocente de criança, cuja sobriedade não consegue alcançar. Pode-se dizer que a grande ironia dessa obra é o fato da vida geralmente terminar num cemitério, mas aqui, ele é o ponto de partida, o lugar onde de fato a vida de Nin começa.
Você é um ignorante, neném — disse a srta. Lupescu. — Isso é péssimo. E você está satisfeito em ser ignorante, o que é pior ainda. Repita comigo, existem os vivos e os mortos, existem as criaturas do dia e as da noite, existem ghouls e andarilhos da névoa, existem os caçadores das alturas e os sabujos de Deus. E também os tipos solitários.
Você está vivo, Nin. Isso quer dizer que tem potencial infinito. Pode fazer qualquer coisa, construir qualquer coisa, sonhar qualquer coisa. Se muda o mundo, o mundo mudará. Potencial. Depois que estiver morto, acabou-se. Foi-se. Você fez o que fez, sonhou seus sonhos, escreveu seu nome. Pode ser enterrado aqui, pode até andar. Mas o potencial foi encerrado.